A "Quinta de Contos", sessões gratuitas de narração oral que tinham lugar no Ateneu de Coimbra, desde 2001, foram suspensas para "não pôr em perigo" a Camaleão, contou José Geraldo, diretor da associação, informando que a associação cultural não recebe qualquer apoio camarário desde 2001 e os apoios estatais que recebe são apenas para projetos pontuais.

A Lusa contactou a Câmara de Coimbra, mas, até às 17:00, não foi possível obter uma resposta.

"A Camaleão nunca teve um tostão [vindo da Câmara] e de lá nunca obteve uma resposta" aos seus pedidos de ajuda, criticou José Geraldo, estando expectante em relação "às mudanças políticas" na Câmara de Coimbra.

O único apoio que a Camaleão recebeu veio do Ateneu, que cede o espaço e "colabora com uma refeição", contudo "há 'cachets', há dormidas e há viagens, todos os meses", que se transforma "em alguns milhares de euros" por ano, contou José Geraldo, considerando ser necessário "algum apoio" para as sessões continuarem.

Durante os 12 anos de "Quinta de Contos", foram realizadas cerca de 120 sessões, convidados "largas dezenas de oradores", oriundos de Portugal, de Espanha, mas também da América Latina e de África.

O diretor da associação explicou que a "Quinta de Contos" era suportada pelo dinheiro que a associação fazia na venda de espetáculos. Porém, "muitos dos compradores habituais da Camaleão, como as bibliotecas ou as Câmaras, deixaram de comprar porque entraram em contenção económica".

José Geraldo afirmou que, se a associação "tivesse o mesmo volume de compras de espetáculos", "talvez não tivesse que suspender" as sessões.

O diretor da associação conta que, durante as sessões, tiveram "casas cheias, a abarrotar", esperando que esta "atividade oferecida à cidade" tenha "uma paragem muito curta".