"Este ano decidimos tratar um dos elementos da banda desenhada - os cenários onde decorre a história -, como é que contribuem para a sua estruturação", e a base para o tema central será a obra gráfica e editorial do ilustrador Ricardo Cabral.
A 24.ª edição decorrerá de 25 de outubro a 10 de novembro, com grande parte das exposições e atividades marcadas para o Fórum Luís de Camões, na Brandoa.
A exposição central, que se debruça sobre a importância do cenário no decorrer de uma história de BD, será dedicada a Ricardo Cabral, ilustrador e autor de banda desenhada de 34 anos, recordando o trabalho de álbuns como "Pontas Soltas - Cidades", "Newborn - 10 dias no Kosovo" e "Israel - Sketschbook".
O festival é organizado pela autarquia, e Nelson Dona considera que tem sido "um desafio gigantesco", por via das restrições orçamentais e de "procedimentos administrativos" que têm dificultado o planeamento, pelo que está a ser ponderado qual o melhor modelo de gestão.
Apesar das sucessivas garantias políticas da autarquia, o festival tem saído fragilizado por conta da aplicação da Lei dos Compromissos na gestão financeira dos municípios: "Há pareceres jurídicos complicados que têm criado entraves, porque há atividades que não são realizáveis em tempo útil", sustentou o diretor.
Sobre a programação deste ano, Nelson Dona referiu ainda que a temática dos cenários atravessará outras exposições, nomeadamente a que é dedicada aos 75 anos do Super-Homem, focando os espaços urbanos das histórias, e ainda a mostra sobre banda desenhada brasileira contemporânea.
Esta última, intitulada "Seis esquinas de inquietação", apresenta trabalhos originais de André Diniz, André Kitagawa, Diego Gerlach, Rafael Sica, Marcelo D'Salete e Pedro Franz, seis autores brasileiros que registam fenómenos sociais e locais muito diferentes do Brasil.
Estão previstas ainda exposições sobre o caricaturista e desenhador Fernando Relvas e sobre o escritor David Soares, que tem assinado vários argumentos de BD, nomeadamente "O pequeno deus cego", "É de noite que faço as perguntas" e "Mucha".
Com lançamento do terceiro e último volume das aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy marcado para novembro, o Amadora BD recordará em exposição algumas das pranchas dos volumes anteriores da banda desenhada portuguesa, idealizada por Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa.
A ilustradora Madalena Matoso, premiada em 2012 no festival com o livro para a infância "Todos fazemos tudo", terá uma mostra individual, enquanto na Casa Roque Gameiro, estarão originais assinados por Ana Biscaia, Prémio Nacional de Ilustração 2012.
A organização distingue anualmente os melhores títulos portugueses e estrangeiros publicados no mercado nacional, não tendo ainda divulgado a lista de nomeados desta edição.