Lisboa, 31 out - Os Prémio P.E.N. na áreas da Poesia, Narrativa, Ensaio e Primeira Obra distinguiram seis autores, entre os quais a poetisa Hélia Correia e o escritor João Bouza da Costa, foi hoje anunciado.
O Prémio P.E.N. Poesia distinguiu em ex-aequo as obras "A Terceira Miséria", de Hélia Correia, editada pela Relógio de Água, e "Cólofon", de Manuel de Freitas, publicada pela Fahrenheit 451.
O júri deste prémio foi presidido pela autora Maria João Cantinho, e constituído ainda pelos escritores e docentes Manuel Gusmão e Teresa Martins Marques.
O Prémio de Ensaio distinguiu também duas obras ex-aequo, "O Cinema na Poesia", de Rosa Maria Martelo, publicada pela Assírio & Alvim, e "Salazar e o Poder, a Arte de Saber Durar", do historiador Fernando Rosas, editada pela Tinta da China.
O júri desta categoria foi presidido por Teresa Salema, professora e escritora, e integrou também os autores e tradutores João de Almeida Flor e António Carlos Cortez.
"Travessa d'Abençoada", de João Bouza da Costa, romance publicado pela Sextante Editora, venceu o Prémio P.E.N. Narrativa.
O livro é a história de uma artéria lisboeta, pelos olhos de uma criança autista, e constituiu a estreia literária de João Bouza da Costa, segundo o qual "o surrealismo está na própria realidade".
João Bouza da Costa, 56 anos, foi carteiro, vendedor de vinhos, limpador de vidro, pintor de cenários de ópera e tradutor, viveu em Angola e na Alemanha, chegou a Lisboa em 1989 e foi residir para uma travessa "com grande diversidade, onde havia africanos, brasileiros, indianos, pobres, ricos, uma nova camada social que se instalava, enfim um mundo".
A história é contada em 24 horas em "Travessa d'Abençoada", através dos olhos e dos sentimentos de uma criança indiana autista, que tem por irmã uma menina com a síndrome de Dawn.
Manuel de Queiroz, arquiteto e consultor do Instituto Português do Livro, presidiu ao júri desta categoria que integrou também Júlio Moreira, escritor, e Carlos J. F. Jorge, professor e investigador.
Todos estes prémios têm o valor pecuniário de 5.000 euros, enquanto o Prémio P.E.N. Primeira Obra, que distinguiu "Groto Sato", de Raquel Nobre Guerra, editado pela Mariposa Azual, tem o valor de 2.500 euros.
O júri do prémio Primeira Obra foi presidido por Teresa Salema e integrou Maria João Cantinho e Manuel de Queiroz.
Os prémios, relativos a obras editadas no ano passado, serão entregues "no final do ano, numa cerimónia a realizar no auditório da Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa, com a presença de um representante do Presidente da República", disse à Lusa fonte do PEN Club.
O P.E.N. (Poetas, Ensaístas, Novelistas) Club foi constituído legalmente em Portugal, em 1979, fazendo parte do P.E.N Club Internacional, que é a maior e a mais antiga organização de escritores do mundo, criada em 1921, por escritores ingleses. O seu primeiro presidente foi John Galsworthy, Prémio Nobel da Literatura em 1932.