Montemor-o-Novo aproxima cinema de animação de novos e velhos estudantes

Do Centro Juvenil à Universidade Sénior, a Festa Mundial da Animação em Montemor-o-Novo aproximou o cinema de animação de duas gerações distintas de estudantes, unidas pela curiosidade e vontade de aprendizagem.

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Lusa
02/11/2013 10:30 ‧ 02/11/2013 por Lusa

Cultura

Eventos

A cidade alentejana termina três dias de atividades em torno do cinema de animação, mobilizando realizadores, produtores e cerca de uma centena de alunos, uns mais novos do que outros.

No Convento de São Domingos, alguns alunos das universidades séniores de Montemor-o-Novo e de Évora criaram uma curta-metragem sobre a lenda das duas arcas - uma com ouro e a outra com a peste - que supostamente estão escondidas no castelo da cidade.

"Nós imaginamos que da arca que abrimos só saem coisas boas, em vez de solidão e velhice. Saem coisas boas, como alegria e amizade. Coisas mais valiosas que o ouro", disse Vítor Guita, da Universidade Sénior de Montemor-o-Novo, à agência Lusa.

O realizador Nuno Amorim, que fez a atividade, explicou que estes alunos, com uma vontade de aprender que supera as rugas e os cabelos brancos, ficaram sobretudo com uma noção simples de como se faz um filme de animação.

À mesma hora, noutro ponto da cidade, várias salas do Centro Juvenil lotaram com estudantes em oficinas orientadas pelos realizadores Fernando Saraiva e Regina Pessoa e pelo sonoplasta e músico Manuel Tentúgal.

Pondo em prática uma ligação à cultural local, Fernando Saraiva colocou os seus aprendizes a fazerem um filme de animação a partir do trabalho da artista montemorense Etelvina Santos, que pinta motivos tradicionais, sobretudo florais, em móveis.

Para Etelvina Santos foi uma estreia ver as suas pinturas ganharem vida, mas para Fernando Saraiva a ideia foi demonstrar que no cinema de animação os recursos podem ser inesgotáveis, como explicou à Lusa.

Na porta ao lado, Regina Pessoa ensinava a técnica de gravura, que usa nos seus filmes, a estudantes que "nunca tinham trabalhado com matéria, com tinta", que sujam pouco as mãos e que estão já habituados a trabalhar diretamente em digital.

Ao fundo do corredor, Manuel Tentúgal demonstrava a importância do som num filme, através de partituras gráficas e desafiando-os a sonorizarem pequenas sequências de imagens, tendo apenas como instrumento "a riqueza sonora do papel".

A Festa Mundial da Animação é uma iniciativa da Casa da Animação com uma programação feita de projeções de cinema em várias cidades, mas com o quartel-general instalado este ano em Montemor-o-Novo.

Vários espaços culturais da cidade envolveram-se no programa, incluindo ainda a Biblioteca Almeida Faria, a livraria Fonte das Letras e o Convento da Saudação, onde está instalado o Espaço do Tempo, do coreógrafo Rui Horta.

Foi aqui que o professor de cinema Fernando Galrito e o bailarino Pedro Ramos conduziram uma aula prática que uniu o movimento da dança ao movimento do cinema de animação.

No final da atividade, na qual os participantes interpretaram uma performance, Tiago e Rafael, alunos da área de ciências, reconheceram que a oficina os ajudou a perder o medo de se expressarem e a perceber que não há mal nenhum em ser-se subjetivo.

Fernando Galrito e Pedro Ramos consideraram que esta oficina foi uma espécie de detonador de novas ideias nos estudantes. O mesmo princípio que regeu toda a Festa Mundial da Animação.

 

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