A entrega do prémio, que será feita pela Rainha espanhola, decorre numa cerimónia marcada para as 19:00 locais (18:00 em Lisboa), na sala das Colunas, e inclui uma evocação do poeta colombiano Álvaro Mutis, galardoado com o prémio em 1997, recentemente falecido. A evocação estará a cargo do poeta Jaime Siles, disse à Lusa fonte oficial.
Nuno Júdice é o 23.º distinguido com o galardão e o segundo português a recebê-lo, dez anos depois de Sophia de Mello Breyner Andresen.
O Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, atribuído pelo Património Nacional espanhol e pela Universidade de Salamanca, tem o valor pecuniário de 42.100 euros.
O galardão reconhece o conjunto da obra poética de um autor vivo que, pelo seu valor literário, constitua uma contribuição relevante para o património cultural partilhado pela comunidade ibero-americana.
O júri considerou o poeta, ensaísta e ficcionista português como autor de uma poesia "muito elaborada, de um classicismo depurado", mas, ao mesmo tempo, com um grande compromisso com a realidade, segundo a agência EFE.
Em maio passado, quando foi conhecida a distinção, Nuno Júdice, em declarações à Lusa, afirmou que o prémio ajudará à projeção da sua obra e sublinhou que evidencia "a importância da poesia portuguesa" no contexto ibero-americano.
Na cerimónia usarão da palavra José Rodríguez-Spiteri, presidente do Patrimonio Nacional, Daniel Hernández Ruipérez, reitor da Universidade de Salamanca, será lida a ata do juri por Esther Martínez Quinteiro, e Nuno Júdice vai fazer uma alocução de cerca de 15 minutos, sendo a cerimmónia encerrada pela Rainha Sofia de Espanha, seguindo-se os cumprimentos protocoloares na sala Gasparini do Palácio Real.
Nuno Júdice, de 64 anos, começou a publicar poesia em 1972 -- "A noção do poema e o pavão sonoro" --, e tem escrito também obras de ensaio, teatro e ficção. Além do universo hispânico, está traduzido em Itália, Reino Unido e França.
Formado em Filologia Românica pela Universidade Clássica de Lisboa, é professor associado da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em 1989.
Entre 1997 e 2004, foi conselheiro cultural e director do Instituto Camões em Paris. Até 1999, dirigiu a revista Tabacaria, da Casa Fernando Pessoa. Em 2009, assumiu a direcção da revista Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian.
O escritor já foi galardoado com vários prémios literários, nomeadamente o Prémio Pen Clube, em 1985, o Dom Dinis, em 1990, o da Associação Portuguesa de Escritores, em 1995, e o Prémio Fernando Namora, em 2004.