Foi sob a indicação de ser o "maior ex-libris da cidade de Lisboa" e com o desafio "Passe a olhar de cima para baixo" que a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) anunciou a reabertura anual do monumento.
O aqueduto teve como impulsionador o rei D. João V, depois de sete séculos de falta de água em Lisboa, como mostram os relatos históricos.
No século XVI, surgiu a ideia de reconstruir o antigo aqueduto com o qual os Romanos terão abastecido a cidade a partir da barragem de Olisipo, no vale de Carenque, segundo propostas feitas ao rei D. Sebastião.
Porém, a reconstrução não se concretizou por falta de financiamento e, em maio de 1731, D. João V publica o alvará a ordenar o início da construção do aqueduto, com as obras a iniciarem-se no ano seguinte. As primeiras águas começam a chegar à cidade em 1744.
O aqueduto permaneceu em funcionamento até 1967, com as águas a serem transportadas desde as nascentes situadas em Belas até Lisboa.
O aqueduto desenvolve-se ao longo de 14.100 metros de comprimento com início nas nascentes localizadas no Vale de Carenque, até ao reservatório da Mãe de Água em Lisboa. No entanto, em toda a sua extensão, o aqueduto das águas livres tem 58.135 metros, incluindo nascentes, ramais e galerias subterrâneas.
Ao chegar a Lisboa, o aqueduto tem, no Vale de Alcântara, dois passeios pedonais de 941 metros, sobre 35 arcos, 14 em ogiva e os restantes de volta perfeita, "contendo o maior arco de pedra do mundo, com 65 metros de altura e 28 de largura".
Estes arcos resistiram ao terramoto de 1755, porque, segundo vários especialistas, as suas fundações estão assentes em dois maciços rochosos do Cretáceo Superior. Outras opiniões defendem que a resistência se deveu ao ângulo formado pelos arcos, que lhe terá permitido a mobilidade suficiente.