Mariza estreia-se na terça-feira em Israel
A fadista Mariza atua pela primeira vez em Israel, na próxima terça-feira, no âmbito do Festival Mediterrânico em Ashdod, cujo cartaz integra, entre outros, Diego el Cigala, Natach Atlas e Christous Nickolopoulos.
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Cultura Espetáculo
O alinhamento do concerto de Mariza será com base no seu álbum "Besto f", editado em abril passado e que é constituído pelos seus mais emblemáticos êxitos, como "Ó gente da minha terra", "Cavaleiro monge" e "Chuva".
A criadora de "os anéis do meu cabelo" será acompanhada pelos músicos Pedro Viana, na guitarra portuguesa, Pedro Jóia, na guitarra clássica, Vicky Marques, na bateria e percussão e Yami, no baixo.
Mariza, que canta há mais de dez anos, foi embaixadora da candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade e conquistou, entre outros, dois Prémios da BBC Radio4 na área da World Music e o European Border Breaker Award.
Ao longo da sua carreira, a fadista tem recebido várias distinções, nomeadamente a Ordem das Artes e Letras, no grau "Chevalier", da França, a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal e o Prémio Amália Internacional em 2005.
O Comité de Solidariedade com a Palestina emitiu um comunicado no qual apela à cantora para não participar no Festival, "como medida de protesto pelas políticas de apartheid do Estado de Israel".
No texto, o Comité afirma que "assim como outras iniciativas culturais, o Estado de Israel usa o Festival Mediterrâneo de Ashdod para transmitir ao mundo a imagem de um Estado normal, progressista, tentando assim legitimar a sua presença no seio da comunidade internacional de artistas e intelectuais, não obstante prosseguir obstinadamente com a limpeza étnica, a discriminação e a negação do direito dos palestinianos à autodeterminação".
O comité palestiniano cita alguns artistas, designadamente Dulce Pontes e Elvis Costello, que recusaram convites ou cancelaram atuações previstas em Israel.
Paralelamente foi colocada na Internet uma petição dirigida à fadista para que cancele o concerto.
"A música não está acima da política quando Israel proíbe os palestinianos de se expressarem culturalmente negando lhes o direito de autodeterminação no contexto de uma ocupação militar opressiva que dura há décadas", lê-se na petição.
Segundo o comité foi enviada um carta à fadista sensibilizando-a e pedindo que cancele o concerto agendado para terça-feira.
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