O filme, premiado no festival de Berlim e que já foi exibido em certames de cinema de todo o mundo, vai chegar à aldeia de Tabatô a 10 de setembro, data em que, no ano de 1974, Portugal, ex-potência colonizadora, reconheceu a independência do país, proclamada unilateralmente a 24 de setembro de 1973.
De acordo com o comunicado divulgado pela agência de comunicação Central de Informação, o acontecimento da estreia, num país onde é praticamente impossível ver cinema em sala, será patrocinado por Gabinete da Presidência da República da Guiné-Bissau, Instituto Português do Cinema e do Audiovisual, Fundação Calouste Gulbenkian e WFK (Organização Alemã para a Paz Mundial).
O filme será mostrado depois, ao longo de duas semanas, em nove cidades da Guiné (Bafatá, Gabu, Buba, Catió, Bolama, Mansoa, Bissorã, Farim, Cacheu e Canchungo), até chegar à capital, Bissau, a 24 de setembro, exatamente o dia em que a independência foi unilateralmente declarada pelo país africano.
João Viana, que nunca tinha estado antes na Guiné-Bissau, decidiu ir conhecer Tabatô, uma aldeia de músicos mandingas. Em entrevista à Lusa, quando "A batalha de Tabatô" foi mostrado pela primeira vez, no IndieLisboa 2013, o realizador classificou-o como "um filme de descolonização mental".
O filme, com duas versões (longa e curta), já teve estreia comercial em quatro países europeus, incluindo Portugal, e até final do ano chegará a Hungria, Croácia, México, Índia e Indonésia.
Longa e curta metragens tiveram estreia mundial no festival de cinema de Berlim em 2013, tendo sido galardoadas, respetivamente, com a Menção Especial do Júri para o Melhor Primeiro Filme e com o DAAD Short Film Award.
Nascido em Angola, em 1966, João Viana é autor das curtas "Alfama", que competiu em Clermont-Ferrand, e "A piscina", selecionada para Veneza, além do vídeo "A verdade inventada", sobre Manoel de Oliveira.