A passagem de Strauss-Khan por um quarto de hotel em Nova Iorque, com as acusações de violação e assédio sexual a uma funcionária desse hotel, Nafissatou Diallo, de que foi alvo, tem todos os ingredientes de uma peça de teatro. E Suíte 2806 é isso mesmo: um palco, um escândalo sexual e um protagonista da política mundial.
O actor Eric Debrosse vai desempenhar o papel de Strauss-Kahn e diz que a maioria das pessoas tem curiosidade de ver o antigo líder do FMI em acção.
"Todos sabem que [Strauss-Khan] gosta de seduzir, mas têm apenas fantasias sobre o seu comportamento na vida privada", afirma o actor, citado pela BBC.
Já o encenador Philippe Hersen diz que o seu espectáculo não se resume a uma encenação do caso. "É um debate entre ricos e pobres, dominação ocidental e submissão africana, homens versus mulheres", contou o encenador à BBC.
Para Hersen, o caso é tão marcante que pode ser comparado ao 11 de Setembro. Misteriosa como o escândalo na vida real, a peça termina sem deixar claro o que de facto ocorreu entre o francês e a funcionária africana.
Há cerca de duas semanas houve uma espécie de desfecho do caso, em que as duas partes, Strauss-Khan e Nafissatou Diallo, da Guiné Equatorial alcançaram um acordo confidencial, pondo fim ao julgamento.