"É um exemplo porque os municípios apostaram no património, com resiliência, e sem retorno imediato", considerou António Ponte.
Falando na abertura do segundo Congresso Internacional da Rota do Românico, que decorre hoje e sexta-feira em Amarante, no interior do distrito do Porto, o diretor regional de Cultura do Norte reconheceu o papel daquele projeto "em prol da salvaguarda do património da região".
António Ponte defendeu que a Rota do Românico contribui para "capacitar o Norte para um desenvolvimento cultural mais sustentado".
Para o representante da tutela da Cultura, a rota deve começar a equacionar ganhar uma nova escala, recordando haver outros territórios que já manifestaram interesse de integrar o projeto.
Na mesma sessão, o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Carlos Neves, defendeu que a Rota do Românico do Tâmega e Sousa deverá continuar a contar com os fundos da União Europeia no próximo quadro comunitário.
"Há vontade de prosseguir a parceria com os atores locais no processo de qualificação do património", afirmou, defendendo que as autarquias "são os autores principais do processo desenvolvimento regional coeso, inclusivo e sustentável".
Por seu turno, o vice-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Jorge Magalhães, considerou a Rota do Românico um "importante projeto de preservação, valorização patrimonial, cultural e turística".
Aludindo à importância estratégica do turismo cultural, que atrai 30% dos turistas que visitam Portugal, destacou o "contributo da rota para a melhoria das experiências de quem visita o norte do país".
José Luís Gaspar, presidente da Câmara de Amarante, aludiu à "enorme riqueza patrimonial românica de Amarante" e sublinhou a importância de a região "continuar a zelar pela preservação do património e ter orgulho em mostrá-lo".
"O património pode ajudar a compreender o processo de construção da nossa identidade. É uma parte importante da bonita história que temos para contar aos que nos visitam", vincou.
Gaspar falou depois da necessidade de "integrar todos os que possam contribuir para acrescentar algo a esta história".
"É importante olhar todos os agentes do território e desafiá-los a dar valor ao património", defendeu, referindo-se à relevância económica que o projeto pode assumir no futuro.
À sessão de abertura assistiram vários presidentes e vereadores dos municípios que integram o projeto da Rota do Românico, para além de especialistas em património e outras matérias.
O II Congresso Internacional da Rota do Românico do Tâmega e Sousa propõe uma reflexão sobre os valores da memória e da identidade.
Segundo a diretora da rota, Rosário Machado, "deseja-se uma reflexão alargada, de caráter multidisciplinar e inovador, sobre a importância e o peso da memória na história de um território onde abundam elementos patrimoniais do românico".