Dia da Mulher: Retratos de 20 cientistas para ver em Lisboa

Vinte retratos, que hão de ser cem ou mais, vão estar expostos a partir de domingo, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa homenagem às cientistas portuguesas, no dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

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Lusa
07/03/2015 14:08 ‧ 07/03/2015 por Lusa

Cultura

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"É uma homenagem merecida ao esforço das mulheres para terem uma presença na sociedade", justificou à Lusa a diretora do Pavilhão do Conhecimento, Rosália Vargas, assinalando que, em Portugal, a presença das mulheres na ciência "é muito significativa", apesar de minoritária face aos homens, segundo as estatísticas.

A homenagem começa, por enquanto, com 20 imagens de cientistas, em grande formato e a preto e branco, que vão estar visíveis em salas expositivas. Mas, até ao fim do ano, a meta é mostrar cem retratos, ou mais, de mulheres portuguesas, de várias gerações, que fazem ciência no país ou no estrangeiro, adiantou Rosália Vargas.

No final, as fotografias, que têm um pequeno texto de autoapresentação das cientistas, serão entregues às retratadas, a 08 de março do próximo ano, altura em que será também lançado um livro com as imagens que estiveram expostas.

"Foi a ciência que me inspirou para a conservação da natureza, para a sobrevivência do homem e das outras espécies". Quem assim se apresenta, à Lusa, é a ecóloga Helena Freitas, vice-reitora da Universidade de Coimbra e diretora do Jardim Botânico da cidade, que assume a ecologia como um compromisso para a vida.

Coordena uma unidade de investigação, o Centro de Ecologia Funcional, que trabalha em projetos de preservação de ecossistemas nas ilhas Galápagos e no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique.

"A ciência sempre foi muito estimulante para mim, o questionar permanente, o encontrar e o perceber as respostas", sublinhou a docente e ex-presidente da Liga para a Proteção da Natureza, que pretende tornar os diferentes "campus" da Universidade de Coimbra mais sustentáveis, valorizando, por exemplo, os espaços verdes em alguns dos locais.

Maria Arménia Carrondo, outra das cientistas fotografadas, é cristalógrafa do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa.

Transforma proteínas em cristais e usa técnicas de difração de raios-X para determinar, com minúcia, e mediante processos matemáticos, a estrutura das proteínas, das moléculas e dos seus constituintes, os átomos, sendo o seu trabalho, por isso, fundamental para o estudo de doenças e o fabrico de medicamentos.

Na ciência, fascina-a o haver "sempre qualquer coisa de novo que está sempre a acontecer".

Para Ana Simões, historiadora das ciências, "um bom cientista tem de ser uma pessoa completa". Pelo que, frisou, sempre procurou conciliar a investigação com a vida familiar. O ser mulher nunca foi uma limitação. Mesmo com um doutoramento para fazer no estrangeiro, levou a filha, ainda pequena, com ela.

Com formação de base em física, enveredou pela história das ciências para "perceber como as ciências se desenvolveram no passado". A ciência, exemplificou, "esteve presente em diferentes regimes políticos", na I República e no Estado Novo, e "há uma série de personagens que ficaram na penumbra".

A lista de retratos, da autoria da fotógrafa Luísa Ferreira, inclui ainda a engenheira química Mara Freire, a economista Joana Vaz Pais, as historiadoras Maria Fernanda Rollo e Irene Pimentel, a astrónoma Teresa Lago, as neurocientistas Catarina Resende Oliveira e Teresa Summavielle e as biólogas Mónica Bettencourt-Dias e Perpétua Pinto-do-Ó.

A exposição tem também fotos da oncobiologista Raquel Seruca, das imunologistas Maria de Sousa e Maria Mota, da matemática Carlota Simões, da engenheira de microeletrónica Elvira Fortunato, da bióloga molecular Maria do Carmo Fonseca, da engenheira eletrotécnica Isabel Trancoso e da médica do sono Teresa Paiva.

"Tentei mostrar a mulher que existe na pessoa que investiga", sintetizou à Lusa a fotógrafa Luísa Ferreira.

De acordo com os dados mais recentes da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, o número de investigadores ascendia, em 2012, a 9.920 mulheres e a 11.555 homens.

 

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