A ópera, com libreto do historiador Thomas Laqueur, tem duas récitas, já esgotadas, no ODC Theater, é encenada por Majel Connery e dirigida pela maestrina Matilda Hofman.
Esta não é a primeira vez que uma obra de Saramago é adaptada ao palco lírico, mas 'As intermitências da morte' é a primeira ópera produzida pelo Left Coast Chamber Ensemble.
Kurt Rohde compôs a ópera para três solistas, uma orquestra de câmara e um coro de câmara, composto por 16 vozes, e será interpretada pela soprano Nikki Einfeld, o barítono Daniel Cilli, o tenor Joe Dan Harper e o coro Volti San Francisco.
Matilda Hofman dirige o Left Coast Chamber Ensemble, composto por piano, percussão, um quarteto de cordas e eletrónica, sendo solista o violoncelista Leighton Fong.
O teatro californiano, no seu sítio na internet, informa que as duas récitas, na quinta-feira e no sábado, abrem com uma peça sobre a personificação imaginária da morte, o "famoso Andante con moto", de Franz Schubert, do Quarteto de Cordas n.º 14 em ré mebnor, 'A morte e a donzela'.
Kurt Rohde fundou em 1992 o Left Coast Chamber Ensemble, do qual é diretor artístico, tendo já recebido, entre outros, os prémios Roma e Berlim, uma bolsa 'Radcliffe' pela Universidade de Harvard, e dois galardões da Academia norte-americana de Artes e Letras. Violetista, Rohde fez parte da orquestra de câmara New Century, entre 1993 e 2013, sendo atualmente professor de Composição e Teoria Musical na Universidade da Califórnia.
No passado dia 14, José Saramago, único Prémio Nobel da Língua Portuguesa, foi homenageado em Washington, no âmbito da iniciativa 'Iberian Suit'.
'Blimunda' (1989), sobre 'Memorial do convento', e 'Divara' (1993), sobre a peça 'In nomine Dei', são duas óperas inspiradas em obras de José Saramago, compostas pelo italiano Azio Corghi.
O Nobel português escreveu ainda, em parceria com o compositor italiano, o libreto de 'Il dissoluto assolto', ópera em um ato inspirada no mito de D. Juan, concluída em 2005.