Günter Grass morreu aos 87 anos. A informação foi revelada pela editora Steidl, que revela que o escritor faleceu esta segunda-feira, 13 de abril, numa clínica na cidade alemã de Lübeck.
‘A Passo de Caranguejo’, O Meu Século’, ‘O Tambor de Lata’ e ainda o trabalho autobiográfico ‘Descascando a Cebola’ são alguns dos livros traduzidos em português do premiado autor alemão.
Aos 17 anos, Grass testemunhou de perto a Segunda Guerra Mundial, na altura como membro da Juventude Hitleriana, a unidade juvenil dos nazis alemães. Mais tarde, faria mesmo parte das Waffen-SS, uma força especial nazi.
O autor só falaria abertamente do seu passado ligado a estruturas nazis nos anos 40, mas não sem ter sido alvo de severas críticas em anos mais recentes.
Curiosamente, Günter Grass foi, nos últimos anos, um dos intelectuais germânicos que mais criticou o impacto das políticas de austeridade na Grécia, dirigindo críticas em particular a Angela Merkel.
Noutro contexto, Israel chegou mesmo a considerá-lo persona non grata, em 2012, depois de um poema do autor germânico no qual Grass advertia que o Estado judaico era uma ameaça para o mundo devido ao seu poderio nuclear.
O escritor alemão que foi prémio Nobel da Literatura em 1999 fez ainda as ilustrações da edição de ‘Alabardas’, o romance inacabado de José Saramago (que vencera o Nobel um ano antes de Grass). Além de romancista, Grass distinguiu-se ainda como dramaturgo, poeta e artista plástico.
Günter Grass era também proprietário de uma casa em Portugal, no Algarve, na zona de Portimão.
