Museu do Brinquedo pode dar lugar ao novo Museu das Notícias

O edifício do antigo Museu do Brinquedo, no centro histórico de Sintra, vai receber o News Museum, espaço museológico dedicado às notícias e à comunicação, segundo uma proposta a apresentar na terça-feira ao executivo municipal.

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Lusa
27/04/2015 18:37 ‧ 27/04/2015 por Lusa

Cultura

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O edifício do antigo Museu do Brinquedo, no centro histórico de Sintra, vai receber o News Museum, espaço museológico dedicado às notícias e à comunicação, segundo uma proposta a apresentar na terça-feira ao executivo municipal.

"O museu, que vai ser de experiências, tem algumas características que podem interessar a visitantes e a turistas e, portanto, definimos como objetivo a instalação numa centralidade turística", explicou Luís Paixão Martins, promotor do News Museum.

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), vai propor ao executivo municipal a cedência, por 20 anos, do edifício do antigo Museu do Brinquedo para instalar o novo Museu das Notícias, dos Media e da Comunicação.

"É um museu extremamente interessante e, nesta altura do 25 de Abril, é uma homenagem que o concelho presta à liberdade de imprensa, aos jornais, às televisões e tudo o que nos põe em contacto com o mundo", salientou, em declarações à Lusa, o presidente da autarquia.

Segundo a proposta, a autarquia e a Associação Ata Diurna pretendem desenvolver "um projeto comum de adaptação e reconversão do antigo Museu do Brinquedo num novo e moderno museu dos 'media' e do jornalismo que passará a ser conhecido por News Museum".

A viabilização do projeto resultará num investimento aproximado de 1,8 milhões de euros, a cargo da associação, e a cedência do imóvel, por 20 anos, mediante uma renda mensal de 650 euros, terá de ser aprovada pela assembleia municipal.

"Não é um museu de colecionador ou da imprensa, é um museu das notícias. No fundo conta episódios através do que os 'media' retrataram", explicou Luís Paixão Martins, da Ata Diurna e fundador do grupo de comunicação LPM.

O News Museum pretende apresentar, num espaço físico e também virtual, uma história da evolução dos "media" e das disciplinas do jornalismo.

O espaço museológico será repartido em secções: "propaganda", "géneros" jornalísticos, "bad news", "mind games", "guerras" e "newspapers", entre outras.

Nas "bad news", por exemplo, "existirá um módulo sobre o 'Titanic', com a primeira página do The New York Times, com o jornal inglês que disse que não havia mortos, a primeira entrevista com o telegrafista do barco que recolheu os sobreviventes e a comparação da propagação da notícia do naufrágio com a do filme de James Cameron", explicou Luís Paixão Martins.

"É uma espécie de janela aberta sobre o modo como os 'media' retrataram episódios do mundo", acrescentou o especialista em comunicação.

A Ata Diurna quer envolver profissionais, empresas de comunicação e escolas de jornalismo, comunicação e marketing na conceção e gestão dos conteúdos, criando um "conselho de curadores" com personalidades do setor.

O comité do "panteão" selecionará os profissionais que serão objeto de homenagem perpétua do museu e a componente internacional será promovida em colaboração com o Newseum, museu do género instalado em Washington (Estados Unidos da América).

"Vamos ter também uma forte componente digital. Há certos módulos que poderão ser vistos em casa, no 'tablet', no telefone e no computador", sublinhou Paixão Martins.

A Ata Diurna, constituída em março de 2015, foi batizada com o título do primeiro jornal conhecido, criado na Roma de Júlio César, e o seu promotor, com experiência no meio há mais de 40 anos, adiantou que já foram feitos "contatos com empresas de 'media' para ter acesso a arquivos" para o museu.

"A pessoa entra no museu e imediatamente tem as notícias do dia, e depois pode interagir com a história do 25 de Abril, da Primeira República, tudo o que foi importante para Portugal", apontou Basílio Horta.

O presidente da autarquia esclareceu que o museu permite valorizar um imóvel que estava devoluto desde o fecho do Museu do Brinquedo, em agosto de 2014, e que "valoriza imenso a vila e põe Sintra na primeira linha dos museus mais modernos da Europa".

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