Os desenhos, esculturas e excertos de filmes são o resultado de um projecto artístico em conjunto com o pianista João Lima Duque iniciado em Setembro de 2009 chamado "Assault" [Invasão].
Os dois portugueses desafiaram museus e salas de espectáculos de diferentes países, nomeadamente Portugal, Reino Unido, Bélgica e Holanda, a abrirem as portas durante o respectivo período de encerramento e a acolher por poucas horas o trabalho do duo.
Enquanto Mário Pires Cordeiro entra e instala os seus trabalhos nas paredes ou espaço interior, João Duque toca piano a solo ou, num dos casos, acompanhado por uma cantora, sempre sem audiência.
A primeira instituição a acolher o projecto foi a Fundação Calouste Gulbenkian, mas nos anos seguintes conseguiram "invadir" o Royal Albert Hall, em Londres, a sala de concertos Concertgebouw e o museu Van Gogh, em Amesterdão, e o MAS: Museu aan de Stroom, em Antuérpia.
"São invasões com muitas aspas", admitiu Mário Pires Cordeiro à agência Lusa, já que têm de respeitar condições impostas durante "processos de negociação longos e dolorosos" com as instituições, algumas das quais acabam por recuar.
Das 200 propostas só quatro se realizaram, estando para este ano prevista uma ação em Colónia, na Alemanha.
Na mais recente, em agosto de 2012, no museu Van Gogh, o artista conta como pode atravessar as salas com os famosos quadros dos girassóis e amendoeiras do pintor holandês, mas sempre seguido por uma equipa de segurança e dirigentes.
Mário Pires Cordeiro explicou que o objectivo é "ver se as instituições estão permissivas a acolher algo fora do programa estabelecido", tendo resultado em poucas mas "experiências muito gratificantes"