Na ocasião, os organizadores vão divulgar uma proposta para a concretização do projeto nas escolas e agrupamentos de escolas do ensino básico, incluindo a formação e o acompanhamento dos professores que irão lecionar cultura e línguas grega e latina, no âmbito da nova componente curricular, designada Introdução à Cultura e às Línguas Clássicas.
"O estudo destas áreas permite um conhecimento mais profundo da língua", disse hoje à agência Lusa Maria Helena Damião, que integra o Conselho Nacional de Educação, (CNE), por indicação do Governo, e o grupo de trabalho que apoia a organização do seminário.
A docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (UC) salientou, por outro lado, a valorização de "aspetos de cidadania importantes" inerentes a essa área do conhecimento, ao nível de conceitos como a paz, a democracia ou a liberdade, entre outros.
Aberto à comunidade educativa, em especial a diretores, professores e formadores de professores, o seminário vai decorrer no Conservatório de Música de Coimbra, na sexta-feira, entre as 10:00 e as 17:30.
"Há vários séculos que esta área de conhecimento ocupa um lugar de destaque no currículo escolar. Em tempos mais recentes, alguns países têm optado por manter esse destaque, enquanto outros minimizam-na ou substituem-na", segundo uma nota da organização.
O encontro sobre o projeto de reintrodução das línguas e cultura clássicas no sistema educativo português é promovido pelo Centro de Formação de Associação de Escolas Nova Ágora e pelo Centro de Formação de Associação de Escolas Minerva.
"Depois de uma quase extinção da cultura e, sobretudo, das línguas clássicas no sistema educativo português, pretende-se acompanhar o primeiro grupo de países por se reconhecer a importância de tal área na formação das crianças e dos jovens, nomeadamente na consciencialização do percurso civilizacional, na interiorização de valores fundamentais, na identificação das raízes da língua e no seu uso correto, bem como na fruição dos saberes que proporciona e, não menos importante, pelas relações que estabelece com as ciências, as artes e as expressões", adiantam.
A iniciativa realça "a relevância da cultura e das línguas clássicas na aprendizagem das crianças e jovens", as quais podem ser ministradas já no ano letivo 2015-2016, no âmbito da componente curricular de "oferta de escola".
José Luís Brandão, do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da UC, realçou a importância de esta componente ser reintroduzida nas escolas, para já no ensino básico (9º ano de escolaridade).
A cultura e as línguas clássicas "são a base da cidadania europeia", disse o professor, que integra o grupo de trabalho do encontro e também vai participar nos trabalhos.
A iniciativa de sexta-feira é apoiada pelo Ministério da Educação e Ciência, escolas, centros de formação, Associação de Professores de Latim e Grego, Associação Portuguesa de Estudos Clássicos, Centro de Estudos Clássicos, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX.