Regresso da cultura clássica às escolas debatida em Coimbra

As escolas podem integrar no seu projeto educativo, no próximo ano letivo, uma componente de culturas clássicas, medida que vai ser apresentada em Coimbra, na sexta-feira, num seminário aberto à comunidade.

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Lusa
03/06/2015 16:20 ‧ 03/06/2015 por Lusa

Cultura

Ensino

Na ocasião, os organizadores vão divulgar uma proposta para a concretização do projeto nas escolas e agrupamentos de escolas do ensino básico, incluindo a formação e o acompanhamento dos professores que irão lecionar cultura e línguas grega e latina, no âmbito da nova componente curricular, designada Introdução à Cultura e às Línguas Clássicas.

"O estudo destas áreas permite um conhecimento mais profundo da língua", disse hoje à agência Lusa Maria Helena Damião, que integra o Conselho Nacional de Educação, (CNE), por indicação do Governo, e o grupo de trabalho que apoia a organização do seminário.

A docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (UC) salientou, por outro lado, a valorização de "aspetos de cidadania importantes" inerentes a essa área do conhecimento, ao nível de conceitos como a paz, a democracia ou a liberdade, entre outros.

Aberto à comunidade educativa, em especial a diretores, professores e formadores de professores, o seminário vai decorrer no Conservatório de Música de Coimbra, na sexta-feira, entre as 10:00 e as 17:30.

"Há vários séculos que esta área de conhecimento ocupa um lugar de destaque no currículo escolar. Em tempos mais recentes, alguns países têm optado por manter esse destaque, enquanto outros minimizam-na ou substituem-na", segundo uma nota da organização.

O encontro sobre o projeto de reintrodução das línguas e cultura clássicas no sistema educativo português é promovido pelo Centro de Formação de Associação de Escolas Nova Ágora e pelo Centro de Formação de Associação de Escolas Minerva.

"Depois de uma quase extinção da cultura e, sobretudo, das línguas clássicas no sistema educativo português, pretende-se acompanhar o primeiro grupo de países por se reconhecer a importância de tal área na formação das crianças e dos jovens, nomeadamente na consciencialização do percurso civilizacional, na interiorização de valores fundamentais, na identificação das raízes da língua e no seu uso correto, bem como na fruição dos saberes que proporciona e, não menos importante, pelas relações que estabelece com as ciências, as artes e as expressões", adiantam.

A iniciativa realça "a relevância da cultura e das línguas clássicas na aprendizagem das crianças e jovens", as quais podem ser ministradas já no ano letivo 2015-2016, no âmbito da componente curricular de "oferta de escola".

José Luís Brandão, do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da UC, realçou a importância de esta componente ser reintroduzida nas escolas, para já no ensino básico (9º ano de escolaridade).

A cultura e as línguas clássicas "são a base da cidadania europeia", disse o professor, que integra o grupo de trabalho do encontro e também vai participar nos trabalhos.

A iniciativa de sexta-feira é apoiada pelo Ministério da Educação e Ciência, escolas, centros de formação, Associação de Professores de Latim e Grego, Associação Portuguesa de Estudos Clássicos, Centro de Estudos Clássicos, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX.

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