Morreu cantora Djuta Ben-David, símbolo da música cabo-verdiana
Uma das vozes da diáspora e símbolo das comunidades migrantes de Cabo Verde, Djuta Ben-David, faleceu no domingo à noite em Ponta Delgada (Açores), após estar internada nos últimos três dias, noticia hoje o jornal A Semana.
© Reprodução CD NAcional
Cultura Óbito
Sem adiantar as causas da morte, a edição "online" do semanário cabo-verdiano lembra que Justina Silva, de seu verdadeiro nome, nasceu na década de 1930 no Mindelo, na ilha de São Vicente, no seio de uma família em que pai e irmãos mais velhos tocavam e construíam os seus próprios instrumentos.
Na década de 1940, aos 10 anos, Djuta Ben-David começa a tocar e a cantar e, aos 20, o irmão Adolfo chama-a para Lisboa, onde se torna cantora profissional.
Djuta e Adolfo acabam por formar o duo "Irmãos Silva", que atuou durante seis anos em Portugal, cantando a música cabo-verdiana, ainda pouco conhecida e apreciada na época, e também música brasileira.
Posteriormente, em meados da década de 1950, casa com o jogador de futebol Henrique Ben-David, também natural de São Vicente, após o que decidem ir viver para a ilha de São Miguel, onde, entretanto, o marido viria a treinar o clube Santa Clara.
Sendo dos primeiros cabo-verdianos a chegar aos Açores, Djuta Ben-David não escondeu as dificuldades que sentiu em adaptar-se à nova realidade de São Miguel, refere o jornal.
Mas o modo como se integrou na sociedade local, o respeito e o carinho que ao longo da vida teve de todos, levou, em 2006, a Associação dos Imigrantes nos Açores instituísse o prémio Dona Djuta Ben David para um concurso de jornalismo, acrescenta.
O funeral realiza-se hoje em Ponta Delgada.
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