Num país sem museus, artistas pedem mais dinheiro para a Cultura

Os participantes na Conferência Nacional da Cultura da Guiné-Bissau pediram ao Governo um aumento das verbas para o setor da cultura e a construção de museus num país onde não há nenhum destes equipamentos.

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Lusa
26/07/2015 13:43 ‧ 26/07/2015 por Lusa

Cultura

Guiné-Bissau

O encontro, que juntou músicos, artistas das diversas artes e académicos, decorreu sob o lema "Cultura ao serviço da Nação", tendo visado, entre outros, produzir recomendações ao Governo para melhorar o setor.

Entre elas, destacam-se o apelo para o reforço da dotação orçamental para a Cultura, a construção de museus - o país não tem nenhum -, o ensino da cultura guineense nas escolas públicas e a institucionalização do Carnaval.

No encerramento do encontro, no sábado, primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, exortou os "fazedores da cultura" a trabalharem para que esta ajude a desenvolver a economia do país.

O primeiro-ministro começou por agradecer a iniciativa, realizada 18 anos depois da última conferência do género, mas sublinhou ser "um exercício complicado" falar da cultura "num país onde não existe um único museu".

Para Domingos Simões Pereira, "não basta apenas" exigir o aumento da dotação orçamental do Estado para o setor, é também importante "pensar na indústria da cultura" integrada na economia.

"Ela tem que ser economicamente rentável e autossuficiente, o que significa que temos que nos preparar para consumir cultura", observou Simões Pereira.

O facto de as recomendações e os demais documentos produzidos na conferência terem sido projetadas em telas e não impressos em papel, mereceu um elogio do primeiro-ministro guineense que vê na iniciativa "uma preocupação" dos conferencistas com a ecologia.

A Conferência Nacional da Cultura guineense realizou-se na cidade de Cacheu, norte do país, durante três dias.

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