João Soares, que falava no encerramento do 2.º Encontro de Literatura Infanto-Juvenil da Lusofonia, no Estoril, em Cascais, reconheceu o "período difícil atual" da literatura nos países lusófonos, mas mostrou-se "otimista" em relação a uma mudança.
"No quadro dos editores, livreiros, escolas e bibliotecas, temos de enfrentar o desafio de forma audaciosa. As soluções não são fáceis, mas temos de fazer uma reflexão", afirmou.
O ministro da Cultura disse ter já encontrado "grande disponibilidade das autarquias" para cederem instalações municipais que permitam aumentar os espaços dedicados à venda de livros em Portugal.
João Soares frisou ainda que, apesar de se estar num tempo em que os computadores parecem prevalecer nos interesses dos mais novos, "o virtual não é concorrente do livro".
"É preciso que os livros sejam atraentes e didáticos ao mesmo tempo. Este encontro vai permitir vitórias significativas do livro", concluiu.
O Encontro de Literatura Infanto-Juvenil da Lusofonia, organizado pela Fundação 'O Século', começou na segunda-feira, com a ida de escritores a escolas da região de Lisboa, e terminou hoje, tendo promovido debates, oficinas de escrita, narrações e sessões de contos.
Entre os convidados estiveram os autores Marina Colasanti (Brasil), Olinda Beja (São Tomé e Príncipe), Maria Celestina Fernandes (Angola) e portugueses como Margarida Fonseca Santos, Luísa Ducla Soares, José António Gomes, António Mota, Mário de Carvalho, Afonso Cruz, André da Loba e Rachel Caiano.
A circulação do livro no espaço lusófono, a relação entre imagem e texto, a aprendizagem do gosto pela leitura e o trabalho das bibliotecas escolares foram os temas principais discutidos neste encontro.