O presidente do FC Porto reagiu, este sábado, à ameaça federativa de suspensão do registo de inscrição de Quaresma, que a SAD regularizou há mais de um mês, sem que o respetivo pagamento tenha sido remetido pela Liga à Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Em declarações ao Porto Canal, Pinto da Costa prometeu expor o caso às instâncias internacionais. "Quero avisar tanto a Liga como o senhor presidente da FPF que o FC Porto vai reagir energicamente a esta situação, tanto nas entidades respetivas como até internacionais. Este fax e uma exposição vão seguir para os organismos internacionais para que possam compreender em que situação está o futebol português", assegurou.
E para que não restem dúvidas quanto à legalidade da inscrição de Quaresma, Pinto da Costa garantiu que vai dar ordens para que seja feito um novo pagamento no início da semana. "Como conhecemos as pessoas, vamo-nos precaver e pagar duas vezes. O que já pagámos à Liga vamos depositar na segunda-feira na conta da FPF. Vamos fazer um empréstimo à FPF para que não possa dizer à Liga que não recebeu. E para que possam acrescentar mais uns milhares de euros aos milhões que têm a prazo", frisou.
Antes, Pinto da Costa contextualizou o assunto. "No dia 1 de janeiro foi apresentado no treino aberto no Estádio do Dragão e foi inscrito legalmente no dia 2 porque no dia 1 a Liga estava fechada. Nesse dia pagámos uma verba de 4265 euros, que é quanto custava a inscrição do jogador. Temos o comprovativo desse pagamento e o extrato bancário em que a verba sai da nossa conta no dia 7 de janeiro. Pela nossa parte está tudo regularizado. Ontem [anteontem], surpreendentemente, uma sexta-feira - e é sempre às sextas e ao final do dia -, às 18h49 recebemos um fax dirigido ao presidente do FC Porto e assinado pelo secretário-geral, um tal de Paulo Lourenço que nem sei quem é. Acho inadmissível que o FC Porto cumpra as suas obrigações, pague no dia 6 de janeiro e no dia 7 de fevereiro receba uma comunicação da Federação a admitir isto porque a FPF não recebeu parte dos quatro mil euros que eram para a sua conta", explicou, tendo, depois, procurado explicações por parte do líder da FPF, Fernando Gomes.
"Incrédulo telefonei ao senhor presidente da FPF que não me respondeu à chamada. Só o fez mais tarde e qual a minha estupefação quando, com a maior naturalidade, achou que isto era um procedimento normal. Inclusive informou-me que na próxima terça-feira haveria uma reunião para decidir se suspendiam ou não o jogador... Isto quando a FPF tem milhões, não são milhares, são milhões de euros a prazo à custa dos clubes porque são os clubes que fornecem os jogadores gratuitamente para poder receber os cachês do Gabão e de outros sítios que tais. Acho inadmissível o que está a acontecer sabendo-se, sobretudo, que o presidente da Liga é vice-presidente da FPF. Acho inconcebível o comportamento da Liga, mas também o procedimento da FPF. Isto está sem rei nem roque. As pessoas têm os seus projetos pessoais, defendem os seus lugares e estão pura e simplesmente a marimbar-se para a justiça e para a verdade. Andam a fazer reuniões de clubes na Liga... e é por isso que o FC Porto não aparece. Depois, no mesmo dia em que estão lá, supostamente para defender os clubes, recebemos uma coisa destas".