A necessidade de o FC Porto vender um ou dois dos seus principais ativos até ao final de junho já era conhecida, mas o relatório e contas intercalar da SAD portista, declarado no início da semana à CMVM, acrescenta um novo dado: a verba da eventual venda de Mangala (a SAD tem 56,67% do passe) e de Jackson Martínez (100%) já tem "destinatário", nomeadamente a liquidação de um empréstimo bancário.
Segundo a informação disponibilizada pela Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD, o emblema portista tem a liquidar, até ao final de outubro, um empréstimo a uma entidade bancária de 30 milhões de euros, a duas prestações: 23 milhões em julho e o restante em outubro. O FC Porto já tinha comunicado, anteriormente, que os passes de Mangala e Jackson foram dados como garantia, mas a atualização trimestral revela a existência de uma cláusula de obrigatoriedade.
"Caso a Empresa aliene, ceda ou transfira a propriedade dos direitos económicos dos passes dos jogadores Mangala e Jackson Martinez que detinha à data de abertura do financiamento antes do término da maturidade do mesmo, está obrigada a liquidá-lo imediata e antecipadamente", revelam os dragões.
Perante a necessidade de conseguir mais valias superiores a 40 milhões de euros até final de junho, de modo a cumprir com o orçamento (o prejuízo da SAD situava-se, no fim de março, nos 38,7 milhões de euros), a SAD portista estará forçada a vender, uma vez que o saldo de mais valias neste exercício situa-se nos 10,585 milhões de euros, essencialmente pelas vendas de Atsu, Otamendi e de 25% do passe de Walter, segundo o relatório, ainda sem incluir os encaixes com Castro e Juan Iturbe.