"Líderes no FC Porto? Lembro-me que André jogou com a tíbia fraturada"

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, José Neto, comentou o caso de Maicon, defendendo o jogador e também a opção do FC Porto em nomeá-lo capitão. Não obstante, ainda comentou o regresso de Maxi Pereira ao Estádio da Luz.

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Paulo Rocha
12/02/2016 10:04 ‧ 12/02/2016 por Paulo Rocha

Desporto

José Neto

José Neto trabalhou no FC Porto durante oito anos – entre 1982 e 1990 – e conhece os cantos ao clube como poucos.  Esta semana concedeu uma entrevista ao Desporto ao Minuto, onde comentou o badalado ‘caso Maicon’ ocorrido durante o jogo com o Arouca e falou ainda do regresso de Maxi Pereira à Luz.

Depois de ter trabalhado com líderes como João Pinto, Lima Pereira, André ou Fernando Gomes, o professor catedrático, autor de vários livros, defende Maicon e assegura que ninguém se terá sentido pior do que o próprio jogador.

Como acha que o Maxi Pereira será recebido no Estádio da Luz?

Se eu tivesse um jogador daquela qualidade e que dá tudo pela equipa, eu recebê-lo-ia com palmas. O passado representa pouco para os adeptos e é provável que seja recebido com assobios, mas haverá sempre algumas palmas no meio dos assobios. Mas é importante é que esteja preparado para isso durante a semana. O indivíduo tem que ver nos assobios uma forma de motivação e dizer ‘ai sim, daqui a pouco vais aplaudir-me porque eu vou ser melhor do que estavas à espera’. Tem de fazer da adversidade, não uma fonte de descontrolo, mas uma fonte de atrevimento.

Trabalhou no FC Porto durante oito época e conheceu alguns dos mais emblemáticos capitães do clube, como João Pinto, Lima Pereira, André ou Fernando Gomes. Sente que entregar a braçadeira de capitão a Maicon foi um erro ou uma consequência da falta de líderes naturais no plantel?

O FC Porto tem uma história que vive reconciliada com uma forma de estar agonística e transformadora, uma valência fortemente motivada à volta líder. O líder tem que nascer, conhecer, tem que se envolver, e há ali um género aglutinador de uma determinada forma de estar que o conduz na vida. Se deram a braçadeira a Maicon é porque ele, num determinado momento, recebeu a possibilidade de transferir para a sua vida pessoal e profissional esse veículo aglutinador. Os tempos são outros, sempre houve um núcleo forte de jogadores que nasceram dentro do Estádio das Antas, agora não quer dizer que um jogador que venha de fora não seja capaz de ser esse eixo mobilizador.

E Maicon tem, na sua opinião, essa 'fibra' que descreve?

As pessoas dizem que havia jogadores que morriam em campo pelo FC Porto e eu lembro-me de uma história do André, pai do André André, que num jogo tinha a meia toda ensanguentada. O Domingo Gomes levanta-se, dá um grito lá para dentro, o árbitro parou o jogo, entraram o médico e o massagista, baixaram a meia e ele tinha uma fratura da tíbia. Ainda andou a jogar cerca de cinco minutos com a perna partida, era capaz de andar a coxear, a correr para todo o lado, para evitar ser substituído. Em relação ao Maicon, o FC Porto não ia entregar a braçadeira a um capitão em quem não depositasse absoluta confiança. Agora, o gesto técnico é deficiente, podia ter atirado a bola para fora imediatamente. Mas recordo que ele também já deu um título ao FC Porto quando marcou um golo na Luz e podia ter feito isso outra vez.

Acha que as críticas à equipa médica do FC Porto são justas?

Conheço muito bem a equipa médica do FC Porto e é uma equipa médica de excelência, não há que apontar o dedo ao Nélson Puga e à equipa por ele orientada. Não pode ser objeto de uma acusação tão vil como foi feita pela mulher ou pelo irmão.

Qual será a melhor forma do FC Porto proteger o Maicon e qual é a melhor maneira de se protegerem os jogadores em geral quando situações do género acontecem?

Os assobios e o terror apoderaram-se dele. Sentiu-se angustiado e teve receio que as coisas pudessem ser piores. Tenho a certeza absoluta que saiu amargurado e penso que, se queremos o atleta, temos de ter primeiro o homem. Eu continuaria a dar a minha confiança ao Maicon. Não sei como é que ele está a recuperar, mas ele é que tem de decidir. Se ele me dissesse que podia confiar nele, em absoluto, eu não lhe tirava essa confiança. Caso contrário, podemos perder o atleta para o futuro.

Sente que o departamento de observação está a falhar nas avaliações que faz dos potenciais reforços?

Há jogadores que são contratados e que são potencializados e não me cabe a mim fazer o julgamento de pessoas que lideram a estrutura do FC Porto. Com certeza são pessoas que estão a dar o seu máximo e que estão atentas a essas realizações pessoais dos jogadores. Por isso é que atacaram a mudança de uma estrutura técnica. Foi pena não ter sido há mais tempo, porque notava-se que a equipa não estava muito bem e tenho a certeza que vai ficar muito melhor. A mestria da organização estrutural de quem lidera a equipa foi para muito melhor.

Leia o resto da entrevista do Desporto ao Minuto ao especialista em treino desportivo, José Neto, aqui.

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