“Estou à disposição da Procuradoria-Geral da República para explicar quem foi e como violou o segredo de justiça”, disse Paulo Pereira Cristovão ontem em entrevista à RTP, referindo-se a inspectores da PJ. O ex-vice-presidente leonino frisou ainda a sua inocência nos sete crimes de que é acusado, admitindo, no entanto, ter criado “uma rede de informação para encaminhar os jogadores do Sporting”.
Paulo Pereira Cristóvão diz-se pronto para “fornecer os nomes à Procuradoria de quem violou o segredo de justiça neste e noutros casos”. O ex-dirigente leonino confessa ainda que apesar de não gostar da “personagem” Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, coloca-se “à disposição para denunciar o nome de advogados que vendem os segredos dos seus clientes”.
Sobre o caso Cardinal, que foi arquivado pela Liga, Pereira Cristóvão foi irónico: “Estive 16 anos na PJ. Se tivesse a intenção de cometer esse acto acha que o faria com um rapaz ligado a mim em aeroportos e agências bancárias com câmaras?”.
O ex-vice-presidente dos ‘leões’ garantiu que não vai votar porque não quer “ser cúmplice de um golpe palaciano” contra Godinho Lopes. Bastante crítico, Pereira Cristóvão acusou os jogadores do plantel de estarem a ser “maus profissionais”, pois estão “a correr menos”.
Pereira Cristóvão é acusado pelo Ministério Público de vários crimes: burla qualificada, um crime de branqueamento de capitais (ambos em co-autoria), um crime de devassa por meio de informática, dois crimes de peculato, um crime de acesso ilegítimo qualificado e um crime de denúncia caluniosa qualificada. Este processo foi desencadeado por uma carta anónima que denunciava um alegado suborno ao árbitro assistente José Cardinal, nomeado para um jogo entre o Sporting e o Marítimo, em Abril de 2012.