Título, honra e história. Este dérbi entre Sporting e Benfica terá muito mais que os três pontos em jogo e, por isso, 'ferve' mais do que nos últimos anos. O Desporto ao Minuto foi falar com o sub-intendente Pedro Pinho, responsável máximo da PSP, no que diz respeito à segurança nos estádios da Luz e Alvalade, com o objetivo de saber o que se passa nos bastidores de um jogo de futebol.
Como prepara a PSP um jogo destes e quais são as principais dificuldades no acompanhamento dos adeptos ao estádio? Estas são algumas das questões a que pretendemos responder, depois da (grande) ajuda do sub-intendente Pedro Pinho, que desmistificou todo o trabalho que está por detrás de um dérbi.
Cada jogo é uma preparação, cada partida de futebol é como se de uma história diferente se tratasse. “Há sobretudo experiência e saber. Há uma série de eventos que nos vão corrigindo”, disse o agente relativamente à preparação de um jogo de grande dimensão.
Preparar este dérbi? Este Sporting-Benfica tem sido preparado desde o último dérbi, que data de 21 de novembro. “É um processo continuado”, referiu. Nesta preparação, tudo é analisado. O sub-intendente garante que as declarações, por vezes inflamadas, dos dirigentes desportivos, não são exceção.
E como é a relação com os adeptos de futebol? Para Pedro Pinho é fácil lidar com os adeptos. O segredo está na “adequação do comportamento ao adepto tipo”, sempre com o foco na segurança e no conforto das pessoas. O objetivo da polícia é sempre causar o menor impacto possível.
E quais são então as principais dificuldades no acompanhamento dos adeptos? Pedro Pinho enumera algumas: As zonas envolventes aos estádios da Luz e de Alvalade; preocupação em que todos os adeptos entrem a horas para o jogo; a data do jogo (um encontro que aconteça numa sexta às 19h irá sempre ser mais caótico do que um jogo que decorra a um sábado ou a um domingo); e o calendário indefinido, que não permite preparar os jogos com maior antecedência.
No que toca às provocações dos adeptos, Pedro Pinho, em particular, afirma que não é difícil controlar-se. No entanto, no início destas funções, é sempre preciso uma preparação mental para lidar com insultos e injúrias. Há que consultar pessoas mais experientes e pedir certos conselhos.
No entanto, não se pense que a preparação de um jogo de grande dimensão é fácil. Cada agente utiliza cerca de 200 horas do seu tempo para preparar um encontro destes. Existe muito trabalho prévio e “muitas noites sem dormir”.
E a relação entre PSP e clubes?
Os clubes também são parte importante no processo da segurança dos adeptos. Desde logo são feitas várias reuniões, neste caso, entre os principais emblemas de Lisboa e a Polícia, com um único objetivo em comum: a segurança dos adeptos.
“Das coisas que mais me deixam feliz é poder ver pais e filhos no futebol, e amigos ou namorados, de clubes diferentes, sentados ao lado uns dos outros”, referiu o sub-intendente da esquadra da 3.ª divisão de Benfica.
Veja a segunda parte do trabalho aqui e veja como é as claques desenvolvem o seu trabalho, numa entrevista onde os líderes de duas das maiores claques portuguesas desmistificam a imagem negativa que possuem.