Os números que o Executivo apresentou em Junho passado, e que davam conta de cortes salariais no sector privado na ordem dos 27%, parecem ser insuficientes para a instituição presidida por Christine Lagarde.
Segundo noticia esta quinta-feira o Diário Económico, o FMI insiste em mais cortes e nem o salário mínimo nacional fica imune às intransigentes recomendações dos técnicos de Washington nesse sentido.
No fim de Setembro, quando tiveram lugar a oitava e nona avaliações ao programa de ajustamento português, o FMI voltará à carga com a necessidade de se proceder a uma maior flexibilidade laboral.
De acordo com o guião proposto na reunião de Junho, que visava preparar a oitava avaliação, e ao qual o Diário Económico teve acesso, do pacote de medidas que estará em cima de mesa no exame do próximo mês, constam, nomeadamente, a redução do ordenado mínimo; a redução dos salários dos jovens; a eliminação de cláusulas de protecção do posto de trabalho dos trabalhadores que pertencem aos quadros das empresas, em detrimento de outros; ou a introdução de um contrato único para novos contratados.
Saliente-se que o Jornal de Negócios adiantava ontem que os dados fornecidos pelo Governo ao FMI sobre os cortes salariais no sector privado haviam sido deturpados, por forma a sustentar a premência de novas reduções.