Os empresários do sector exportador, que será o maior beneficiador do aumento da Taxa Social Única (TSU) para os trabalhadores e da diminuição para as empresas, admitem abdicar desse benefício para ajudar a economia portuguesa.
Os empresários do sector exportador admitem abdicar da redução da Taxa Social Única (TSU) nome da defesa da economia portuguesa, avança hoje o Correio da Manhã (CM).
O jornal falou com empresários como Fortunato Frederico, do Grupo Kyaia, João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e exportador de vinhos, e Alexandre Relvas, ex-secretário de Estado de Cavaco Silva e gestor da Logoplaste, que consideram que o aumento da TSU para os trabalhadores do sector privo e público, e a redução dessa taxa para as empresas vai provocar uma forte quebra no consumo interno e aumentar o desemprego.
"Isto é uma medida que não tem pés nem cabeça, nem coração. Em vez de embaratecermos o salário tirando dinheiro aos trabalhadores, era preferível pedir--lhes mais tempo de trabalho", afirma o presidente do Grupo Kyaia ao CM, acrescentando que "Eessa medida vai aumentar o desemprego, e as empresas que trabalham para o mercado interno exclusivamente vão ter de fechar portas."
João Machado, da CAP, partilha desta análise: "Aquilo que ganhamos no mercado internacional perdemos muito mais no mercado interno." E conclui: "Estamos totalmente disponíveis para pagar a taxa como neste momento, pagando os trabalhadores os 11%, como agora."
Stefano Saviotti, líder da cadeia de hotéis D. Pedro, também salienta: "Estamos dispostos a todas as soluções úteis para o País e o seu desenvolvimento."
Também Alexandre Relvas, gestor da Logoplaste, sustenta que o impacto dessa medida na economia portuguesa será tão negativo que apela ao PSD e ao CDS-PP para a repensarem. "O ideal seria mesmo essa medida ser anulada", sublinha o ex-secretário de Estado de Cavaco.