Merkel avisa que seria errado abandonar a austeridade

A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou este domingo que seria errado "mudar o curso" do combate à crise na zona euro, que consiste essencialmente na oferta de ajuda financeira internacional em troca de mudanças nas políticas económicas nacionais.

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Lusa
09/09/2013 07:36 ‧ 09/09/2013 por Lusa

Economia

Crise

Durante um discurso em Dusseldorf, no âmbito da campanha para as eleições de 22 de Setembro, a líder alemã afirmou que seria errado "mudar o curso" do combate à crise na zona euro.

No mesmo discurso, a chanceler afirmou também que rejeitou propostas da oposição alemã para a criação de títulos de dívida europeia, os chamados 'eurobonds', e rejeitou também a ideia de criar um fundo europeu conjunto para o pagamento da dívida dos países mais endividados.

As declarações da chanceler surgem no final de uma semana marcada pela divulgação de indicadores económicos mais positivos que o esperado. O Eurostat reviu na semana passada as previsões de contracção da economia da zona euro e da União Europeia no segundo trimestre, em termos homólogos, para 0,5% e uma estagnação, respectivamente, melhor do que o estimado em agosto.

A estimativa anterior indicava quedas do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% na zona euro e de 0,2% na União Europeia, em termos homólogos.

A segunda estimativa rápida divulgada pelo gabinete de estatísticas da União Europeia na passada quarta-feira adianta ainda que as economias da zona euro e da União Europeia cresceram 0,3% e 0,4%, respectivamente, no segundo trimestre de 2013, e face ao trimestre anterior.

O Eurostat revê, assim, em ligeira alta os números para o conjunto da União Europeia em relação ao crescimento de 0,3% previsto em meados de Agosto.

Num debate televisivo no passado domingo, com o seu rival social-democrata Peer Steinbrück, a chanceler garantiu que a Alemanha vai continuar a apoiar os países europeus em dificuldades financeiras, mas irá manter a "pressão" para que avancem com as reformas que necessitam.

Steinbrück reconheceu a necessidade de políticas de consolidação fiscal em países como a Grécia, mas recusou aplicá-las em "doses mortais".

Por seu turno, Angela Merkel contrapôs que se nega a exercer uma "falsa solidariedade", e defendeu antes uma "solidariedade e responsabilidade".

Merkel deixou clara a sua aposta no euro, "para garantir o bem-estar e o trabalho na Alemanha", e voltou a responsabilizar os social-democratas por terem permitido à Grécia entrar na zona Euro sem ter cumprido todos os requisitos.

Steinbrück também disse que os países europeus em crise não conseguiram recuperar, apesar das ajudas financeiras, e criticou o esquecimento das políticas a favor do crescimento e da criação de emprego para jovens, recordando que a Alemanha foi ajudada "de forma maciça" depois da Segunda Guerra Mundial e "tem agora uma responsabilidade na Europa".

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