Com o objectivo de conter custos e fazer fase à fraca procura de serviços bancários (que atingiu o nível mais baixo dos últimos anos), o BES e o BCP estão a avisar os funcionários de que vão cortar nas isenções de horário de trabalho.
Esta informação foi confirmada ao Jornal de Negócios pelas comissões de trabalhadores (CT) dos dois bancos. “Não é um processo fechado. Algumas situações estão a ser analisadas e, nos casos em que se justifica, as isenções estão a ser repostas”, explicou João Matos, coordenador da CT do BES.
Em relação ao BCP, a respectiva comissão de trabalhadores já solicitou esclarecimentos à administração sobre o facto de os funcionários estarem a ser informados de que a partir de 1 de Novembro deixarão de receber a isenção. Apesar de o coordenador João Ernesto não ter indicado o número de afectados por esta medida, o Jornal de Negócios apurou que abrangerá cerca de três dezenas de trabalhadores.
Além destes bancos, e segundo informações recolhidas pelo jornal no contacto com outras comissões de trabalhadores, outras instituições bancárias poderão, em breve, aplicar a mesma medida de poupança. “Até agora não existe qualquer comunicação nesse sentido”, referiu Jorge Canadelo, da Caixa Geral de Depósitos. No mesmo sentido, César Afonso, do BPI, revela que esta possibilidade já “circula a nível de bastidores”.
O Jornal de Negócios esclarece que esta possibilidade de eliminar as isenções de horário de trabalho está prevista no acordo colectivo do sector desde que o pré-aviso definido seja respeitado. Ainda assim, a Febase, federação que representa os sindicatos bancários do Norte, Centro, Sul e Ilhas, já pediu explicações ao BCP e BES.