“Na verdade, a dívida que temos não são 131%, mas sim 118%. A diferença é o dinheiro que temos, que é nosso e que usaremos para fazer face aos nossos compromissos e isso refletir-se-á no rácio da dívida”, afirmou a ministra das Finanças na comissão parlamentar de Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Económica e Financeira.
Maria Luís Albuquerque referiu ainda que, “num período de grande incerteza” como o atual, “as disponibilidades de tesouraria devem ser aumentadas” para que Portugal “nunca esteja confrontado com o risco de não cumprimento”.
A ministra explicou que, nos cálculos do rácio da dívida, “considera-se toda a dívida existente e não se desconta o dinheiro que se tem guardado”.
“É diferente se descontarmos os depósitos que existem. Se retirarmos a estes 131% os depósitos que temos guardados, o número passa para 118%” do PIB, disse.
A dívida das administrações públicas, na ótica de Maastricht, superou os 130% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, para os 214.573 milhões de euros, segundo estimativas do Banco de Portugal apresentadas em agosto.
De acordo com dados preliminares do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, o total da dívida das administrações públicas atingiu os 214.573 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2013, o equivalente a 131,4% do PIB, na ótica de Maastricht, que é utilizada pela 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).