Os países do sul "não vão sair deste impasse nem nesta, nem, provavelmente, na próxima geração", disse Georges Contogeorgis à agência Lusa, no final de uma conferência organizada pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, intitulada "Da crise ocidental à crise da Europa política - A natureza da crise".
O também ex-reitor da Universidade de Panteion de Atenas considerou que os governos de Portugal e Grécia "estão conformados" e "de acordo" com as medidas impostas pela ‘troika', defendendo que os países do sul, juntamente com o apoio da França, deveriam "exprimir-se, a uma só voz, contra a política alemã".
Georgos Contogeorgis criticou o governo de Angela Merkel, que, apesar de não o considerar nazi, vê nele as mesmas pretensões de afirmar a sua "hegemonia sobre a Europa".
O antigo ministro grego considerou que, apesar de "uma possível coligação" com os sociais-democratas alemães, a política e a posição do governo de Angela Merkel, que considerou "antidemocráticas e antieuropeias", "serão as mesmas, mudando pequenas nuances".
"Os países do Sul vão formar a periferia da zona europeia de forma contínua", frisou Georgos Contogeorgis.
Abandonar o euro "não seria uma boa decisão", segundo o ex-reitor grego, que disse à Lusa que "não foi o euro que provocou a crise", apontando para "os países e o sistema europeu" como responsáveis pela mesma.
Georgos Contogeorgis criticou também o sistema político vigente na Europa, afirmando que o mesmo "não é democrático nem representativo".