O Boletim de Outono do Banco de Portugal, ontem divulgado, deu conta de um aumento das exportações e de um equilíbrio da balança comercial, o que significa, de acordo com Pedro Passos Coelho, que “começamos a aliviar o fardo pesado da dívida ao exterior”.
O primeiro-ministro falava à margem da conferência ‘Sobreviver e crescer’, da Associação Industrial de Portugal, aproveitando para salientar os “resultados impressionantes das nossas empresas”, num “contexto internacional desfavorável”, o que refuta a “tese de que o Euro nos impede de competir”.
Apesar de o Executivo querer “mais competitividade”, mesmo com um “investimento monetário e disponibilidade cambial reduzidos”, foi possível “ganhar quotas e exportações”, assinalou Passos.
Além disso, assegurou, estes dados tornam-se mais relevantes se o País tiver em conta que entre “o processo de ajustamento do próprio Estado e o ajustamento privado”, este último foi “muito mais violento do que o público”.
Segundo o líder social-democrata, “o nível de redução dos salários, pensões e transferências sociais” do sector público, que “pesam mais de 75%” da despesa, “comparam mal com a contracção que foi feita no sector privado”.
Isto porque “as empresas agiram de acordo com as condições” que tinham: “Os empresários procuraram viabilizar a sua existência, mantendo os empregos, adaptando-se ao mercado e procurando alternativas de financiamento”, rematou o primeiro-ministro.