Começando por considerar que “as pessoas ficam aterrorizadas” por não saberem “onde vai haver cortes, em que condições, e de que maneira”, o ex-ministro das Finanças, Bagão Félix, contesta, em entrevista à rádio TSF, a forma como o Governo está a abordar o anunciado corte nas pensões de sobrevivência. “Fala-se disto como se falasse muitas vezes de números apenas,” critica o conselheiro de Estado.
Na opinião de Bagão Félix, e “com todo o respeito pela profissão, isto não é uma questão de talho, não é fazer cortes independentemente da vida, do espírito e da alma das pessoas”.
Apesar dos escassos pormenores para já conhecidos sobre esta medida, que segundo o Governo permitirá poupar cerca de 100 milhões de euros, o ex-governante frisa ainda que não poderá ter efeitos retroactivos.
“As pensões de sobrevivência, os trabalhadores e as suas entidades patronais, ao longo da sua vida profissional, descontam para esta eventualidade, a eventualidade da morte. E na decomposição da Taxa Social Única (TSU), 7% desta taxa, que representa cerca de 2% dos salários, é justamente para financiar as pensões de sobrevivência”, sustenta Bagão Félix, netsa entrevista à rádio TSF.