"Finalmente as prioridades. Chegamos ao terceiro ano do programa de resgate e a realidade é esta: as empresas fizeram os seus ajustamentos. O Estado, esse, só agora começa a fazer o seu. Aquele que foi o grande causador do resgate, o Estado, só agora cumpre a sua tarefa estrutural. Verdadeiramente, somos um País de prioridades invertidas", escreveu hoje Luís Marques Mendes, no artigo de opinião na revista Visão, citado pelo Diário Económico.
O ex-líder do PSD disse, assim, entender que os cortes estruturais na despesa do Estado já deviam ter começado há três anos.
“Aqui reside o maior erro estratégico do Governo, com consequências para todos. (…) Se estes cortes tivessem sido materializados em 2011 não teria sido necessário recorrer ao verdadeiro assalto fiscal que foi perpetrado este ano. A terapia não teria sido tão recessiva e a economia e o emprego não teriam sofrido de forma tão acentuada os efeitos do brutal aumento de impostos", garantiu o comentador.
Além das críticas proferidas ao atraso na reforma do Estado, Marques Mendes salientou, ainda, o facto de o Orçamento do Estado para 2014 “conter o maior corte estrutural de despesa alguma vez feito em Portugal".
O documento, discutido hoje em Conselho de Ministros e que deverá ser entregue na próxima terça-feira (15 de Outubro) na Assembleia da República, contemplará medidas que prevêem "cortes nas pensões de sobrevivência e da Caixa Geral de Aposentações, cortes nas tabelas salariais da função pública, rescisões de contratos e requalificação de funcionários públicos, cortes em serviços e institutos públicos, entre outras medidas de diminuição da despesa".