“Estes cortes não vão ser suficientes”. O vaticínio foi feito ontem à noite pelo antigo responsável pela pasta das Finanças, Medina Carreira, que falava no espaço ‘Olhos nos Olhos’ da TVI24.
Na véspera de o Executivo de Pedro Passos Coelho fazer chegar ao Parlamento o Orçamento do Estado para 2014, que contempla controversas medidas como os cortes nas pensões de sobrevivência acima dos dois mil euros, ou as reduções salariais na Função Pública que podem atingir os 12%, o ex-governante, advertiu, então, para o facto de que este pacote de austeridade não será o bastante para que o País equilibre as suas contas e cumpra os limites do défice.
No entender de Medina Carreira, parte do problema reside no facto de os Governos de deixarem amedrontar por aquilo que apelida de “partido do Estado”, ou seja, "toda a gente que é doente, coxa, reformada (...)".
"Não há dinheiro em caixa", assinalou o comentador, reportando-se pois à necessidade de se reduzir na despesa da máquina pública.
E concretizou o antigo ministro, “a grande dificuldade que o Governo está a sentir é a confrontação com o partido do Estado”.