Agravamento da austeridade provoca onda de greves e manifestações

Greves e manifestações contra as medidas de austeridade previstas no Orçamento do Estado para 2014 vão marcar o final de outubro e o início de novembro, na tentativa de impedir o agravamento das condições de vida e de trabalho.

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Lusa
24/10/2013 19:49 ‧ 24/10/2013 por Lusa

Economia

Orçamento

O ciclo de protestos, que vai decorrer em simultâneo com a discussão da proposta de Orçamento do Estado no parlamento, inicia-se na sexta-feira com com uma greve de 24 horas nos CTT.

Para sábado estão marcadas manifestações em Lisboa e em várias cidades do país, convocadas pelo movimento "Que se lixe a 'troika'", sob o lema "Não há becos sem saída, contra as medidas do Governo e da 'troika'".

A paralisação de sexta-feira dos trabalhadores dos CTT integra e inicia a quinzena de luta do setor dos transportes e comunicações que decorre até 9 de novembro, culminando com uma manifestação nacional, em Lisboa.

Os trabalhadores dos correios contestam o agravamento dos cortes salariais previstos na proposta de Orçamento do Estado (OE) para o setor empresarial do Estado e a privatização da empresa.

Para dia 31 está marcada uma paralisação de 24 horas no Metropolitano de Lisboa, contra o corte das remunerações e de direitos adquiridos.

Os trabalhadores dos transportes fluviais de Lisboa, da Transtejo e da Soflusa, vão parar três horas por turno entre 02 e 09 de novembro enquanto os Transportes Coletivos do Barreiro estarão em greve durante a manhã de 06 de novembro.

Os trabalhadores da EMEF vão estar em luta no dia 6, numa ação ainda a definir, e os trabalhadores da REFER paralisam durante todo esse dia.

Para dia 07 de novembro está marcada uma greve de 24 horas dos trabalhadores da CP -- Comboios de Portugal e da CP.

No mesmo dia os trabalhadores da Carris paralisam entre as 09:30 às 15:30 e os trabalhadores dos Transportes Coletivos do Porto entre as 08:00 e as 16:00.

Para dia 01 de novembro a CGTP marcou uma concentração junto à Assembleia da República contra o agravamento da austeridade previsto no OE, que deverá ser aprovado nesse dia, na generalidade.

A Intersindical pretende também com esta iniciativa protestar contra a retirada do feriado de 1 de novembro.

No dia 08 de novembro é a vez dos funcionários públicos publicos protestarem contra novos cortes salariais e de pensões e aumento do horário de trabalho, entre outras coisas. Está marcada uma greve nacional convocada pelas três estruturas sindicais do setor.

Os militares concentram-se no jardim de S.Bento no dia 12 de novembro e as forças de segurança marcaram uma manifestação nacional para 21 de novembro.

A proposta de lei do Orçamento do Estado entregue dia 15 de outubro no Parlamento pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, prevê que seja "aplicada uma redução remuneratória progressiva entre 2,5% e 12%, com caráter transitório, às remunerações mensais superiores a 600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Setor Empresarial do Estado, sem qualquer exceção, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos públicos".

O subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos aposentados, reformados e pensionistas vai ser pago em duodécimos no próximo ano, segundo a proposta, que mantém a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) sobre as pensões.

No documento, o Governo refere que o défice orçamental deste ano vai resvalar para os 5,9% do PIB, superando os 5,5% definidos para 2013 entre o Governo e a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) e confirma as previsões macroeconómicas, apontando para um crescimento económico de 0,8% e uma taxa de desemprego de 17,7% em 2014.

 

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