Segundo o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Pedro Pinto, aquela verba será suficiente para liquidar mais de 30% das dívidas em atraso reportadas a Março de 2012.
O autarca social-democrata explicou à Lusa que relativamente à restante dívida o município tem acordado com os credores os programas de pagamento.
Questionado pela agência de informação sobre o total do endividamento do município, Pedro Pinto admitiu que ascende a cerca de 50 milhões de euros, sendo que metade reporta-se a dívida de médio e longo prazo, sobretudo à banca.
Quanto à eventual necessidade de aumentar as taxas municipais para compensar o empréstimo que vai ser pedido á administração central, o edil garantiu que tal não vai ser necessário, porque internamente têm sido adotadas medidas para reduzir despesas de funcionamento do município.
Pedro Pinto explica o elevado endividamento com a necessidade de se avançar com obras estruturais no concelho, destacando o forte investimento em curso em centros escolares.
Além disso, aponta o facto de Paços de Ferreira, por ser um município pequeno em área (pouco mais de 70 quilómetros quadrados), ser fortemente penalizado nos critérios de atribuição de verbas no âmbito da lei das finanças locais.
Lembrando os 57.000 habitantes do seu concelho, o autarca recorda que há inúmeros municípios na região e no país que, tendo muito menos população, recebem quase o dobro das transferências da administração central.
Pedro Pinto considera a situação muito injusta, o que obriga a Câmara de Paços de Ferreira a recorrer a financiamento bancário para poder satisfazer as necessidades do concelho com a mais elevada densidade populacional do Vale do Sousa.
"Neste quadro é muito difícil gerir uma câmara como esta", admitiu à Lusa.