Volvidos 20 anos desde o Tratado de Maastricht, que “impulsionou a criação de uma moeda comum europeia”, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, João de Deus Pinheiro, lança um alerta: “Quem defende a nossa saída do euro deve viver num outro planeta”.
E porquê? Uma vez que “os custos seriam brutais”, garante em declarações ao Diário de Notícias. E sustenta: “Para comprar um automóvel, por exemplo, que agora custa 15 mil euros, seria preciso o triplo. Haveria uma grande desvalorização da nossa moeda e um aumento de preços de bens importados. Alguém emprestaria dinheiro a um país com uma moeda fraca?”, questiona Deus Pinheiro. “Fico estarrecido quando ouço falar da saída do euro, e alguns são economistas!”, exclama o ex-governante.
João de Deus Pinheiro assegura que “o euro é uma moeda mais estável do que o dólar, só que os americanos podem comprar títulos da sua dívida, e o Banco Central Europeu não pode fazer o mesmo”.
E reitera o antigo responsável pela diplomacia portuguesa, “como moeda de referência, o euro é uma moeda mais fiável do que o dólar”.