"Ajustamento à custa de perdas de emprego é ineficaz"

O director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, afirma em entrevista ao Diário de Notícias que um “ajustamento à custa de perdas de emprego é ineficaz" porque “ mais pessoas desempregadas e com salários reduzidos” traduz-se em “consequências devastadoras no seu poder de compra”.

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Notícias Ao Minuto
04/11/2013 09:19 ‧ 04/11/2013 por Notícias Ao Minuto

Economia

Director da OIT

No dia em que a OIT vai apresentar em Portugal um relatório sobre o mercado de trabalho e o desemprego em Portugal, em entrevista ao Diário de Notícias (DN), o director da organização, Guy Ryder, fundamenta as conclusões do documento que, entre outras medidas, salienta que “o salário mínimo em Portugal é baixo comparado com outros países europeus”.

Nesta entrevista, Guy Ryder explica que “um ajustamento feito à custa de perdas de emprego é ineficaz. Mais pessoas desempregadas e mais pessoas com salários reduzidos tem consequências devastadoras no seu poder de compra” e se “as pessoas já não conseguem comprar como antes, isso tem consequências grandes nas empresas e na economia como um todo”.

Face a este cenário, o director da OIT defende que “as empresas e os seus trabalhadores” devem “acordar uma redução de horas de trabalho para evitar despedimentos, com o Governo a pagar uma parte dos salários dos trabalhadores”. Este modelo “work-sharing foi muito útil na Alemanha” por exemplo, destaca Ryder, reforçando que “há em Portugal margem para melhorar as medidas destinadas a preservar os empregos em empresas viáveis”.

“Claro que isto pode implicar um ajustamento em termos de remunerações mas, desde que seja negociado e temporário, o emprego e os salários recuperarão no longo prazo”, assegura.

Esta é aliás uma matéria em que o responsável insiste ao longo da entrevista ao DN porque “alguns dos maiores riscos detectados em Portugal têm que ver com o agravamento das condições de vida dos desempregados de longa duração, concentração de desempregados na mesma família e pobreza dos trabalhadores”.

Desta forma, Guy Ryder considera que “a partir de agora, há motivos para aumentar o salário mínimo em linha com a produtividade”.

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