"Este Orçamento é a gota de água"

O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), José Mouraz Lopes, esclarece hoje em entrevista ao Jornal de Negócios que os “juízes não querem ser ricos” mas como “titulares de órgãos de soberania (…) têm de ser pagos por isso, pelas altas funções que desempenham”. Neste sentido, Mouraz Lopes afirma que o Orçamento do Estado para 2014 “é provavelmente a gota de água” para uma situação que “chegou a um limite”.

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Notícias Ao Minuto
07/11/2013 08:55 ‧ 07/11/2013 por Notícias Ao Minuto

Economia

Mouraz Lopes

O Orçamento do Estado para 2014 prevê “um corte suplementar para todos os serviços públicos, que em relação aos juízes será entre 2% e 6% e que acumula com os cortes de 2011 e com o corte no subsídio de compensação”. A explicação é avançada pelo próprio presidente da ASJP, José Mouraz Lopes, em entrevista ao Jornal de Negócios para esclarecer porque os profissionais do sector entendem que a situação “está no limite”.

Apesar de reconhecer que estas ‘novas tesouradas de austeridade’ “atingem todos os serviços públicos”, o responsável salienta que “os juízes são titulares de órgãos de soberania e têm de ser pagos por isso e pelas altas funções que desempenham”.

“Só quem tem um grande gosto ou uma grande vocação para ser juiz é que vai para o Centro de Estudos Judiciais (CEJ). Os juízes não querem ser ricos” mas “este Orçamento é provavelmente a gota de água” numa situação que se vai agravando, diz Mouraz Lopes, referindo-se por exemplo “às condições de trabalho medíocres”, ao “quadro de funcionários nos mínimos”, às “instalações dos tribunais” e às condições em que têm de se “deslocar às prisões, em carros a cair de podres, sem motorista, sem segurança”.

Ao Jornal de Negócios, o presidente da ASJP sublinha: “Não empurrem os juízes para algo que eles não querem”, numa clara alusão à ameaça de greve, reiterando que só querem “ver resolvido um problema que não está nas suas mãos”.

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