Bagão Félix diz que faz parte dos “completamente ignorantes em matéria de TSU”

O antigo ministro das Finanças Bagão Félix critica a proposta de alterações na Taxa Social Única (TSU) e espera que o esforço pedido aos funcionários públicos e pensionistas seja reduzido. Em entrevista ao Diário Económico, o também ex-ministro da Segurança Social afirma que podia ter ajudado a "prevenir um erro", se tivesse sido consultado sobre as mudanças na TSU.

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Notícias Ao Minuto
01/10/2012 08:30 ‧ 01/10/2012 por Notícias Ao Minuto

Economia

Entrevista

Em entrevista ao Diário Económico (DE), Bagão Félix diz que António Borges teve uma intervenção “inoportuna” quando chamou “completamente ignorantes” aos empresários que criticaram a proposta do Governo de mexidas na TSU.

“Respeito muito pessoal, profissional e academicamente o professor António Borges, mas, face às suas declarações, só posso dizer que faço parte dos completamente ignorantes nesta matéria da TSU”, afirma o antigo ministro das Finanças ao DE.

Para Bagão Félix, a declaração do consultor do Governo para as privatizações “foi inoportuna por três razões”. ”Primeiro, a medida já foi alterada, portanto não vale a pena insistir na questão. Segundo, embora tenha falado a título pessoal, não pode ignorar as funções públicas que tem neste momento [consultor do Executivo para as privatizações] e terceiro, o País precisa de consenso social e não de fragmentação - com o aumento do desemprego e redução do investimento, não devemos ter uma atitude paternalista, mas também não podemos ter uma atitude de confronto com os empresários”, argumentou Bagão Félix.

O antigo governante conclui que “é legítimo ter diferentes opiniões sobre a TSU”, mas “não é preciso lançar adjectivos a quem tem opiniões discordantes”.

Na mesma entrevista ao DE, Bagão Félix afirma que “convencia o Governo a desistir da Taxa Social Única em dez minutos” e considera que o recuo do Executivo nesta matéria foi uma atitude de “grande dignidade”.

O antigo governante afirma que podia ter ajudado a "prevenir um erro", se tivesse sido consultado sobre as mudanças na TSU.

Questionado sobre a manifestação deste sábado, Bagão Félix afirma que a “adesão é certamente representativa e há que ler também os sinais num momento de grande fragilidade e dificuldades”.

O responsável nota ainda que “que o Governo abusou, passou do uso ao abuso”, justificando que, em termos sociais e políticos, não houve problema algum com a sobretaxa de 3,5%, no ano passado, no Natal. “As pessoas compreenderam. Estavam dispostas a aceitar a austeridade, desde que fosse exemplar, inteligente, equitativa, desse esperança, fosse solidária e não fragmentária”, frisou Bagão Feliz, acrescentando que já a medida da TSU “quebrou o laço de tolerância”. “Até já ouvi uma expressão interessante: quebrou definitivamente o momento em que se passa da fadiga da austeridade à repulsa da austeridade. É uma questão terrível”, acrescentor.

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