"O mercado chinês tem tido um crescimento constante para os vinhos do Alentejo, embora ainda se trate de uma base pequena de exportação", realçou este domingo à agência Lusa Dora Simões, presidente da CVRA.
Aludindo a dados estatísticos dos últimos cinco anos, entre 2007 e 2012, Dora Simões explicou que as exportações para a China "representaram 170% de crescimento", o que demonstra o potencial deste mercado e a aposta por parte das empresas vitivinícolas.
"As vendas de vinhos do Alentejo têm estado sempre a crescer e a China deixou de ser o 6.º para passar a ser o 4.º maior mercado de exportação, no 'ranking' de países terceiros (fora da União Europeia)", disse.
No ano passado, de acordo com a CVRA, as exportações para o mercado chinês representaram 7,05% do total das vendas de vinhos do Alentejo (DOC Alentejo e Vinho Regional Alentejano) para fora da União Europeia.
Em volume, o Alentejo exportava para a China perto de 208 mil litros de vinho, em 2007, mas, cinco anos depois, "o mercado chinês já representa mais de meio milhão de litros".
"Em termos absolutos, não é ainda um dos maiores mercados, mas as vendas têm aumentado e isso deve ser tido em conta", frisou Dora Simões.
A presidente da CVRA disse acreditar que a China, tal como outros países asiáticos, vai continuar a ser, nos próximos anos, um mercado apetecível para os produtores vitivinícolas da região, que não se assustam com mercados longínquos.
"A maior parte dos mercados e aqueles para os quais o Alentejo mais exporta são mercados bastante distantes, como Angola, Brasil, Estados Unidos e China", lembrou.
Mas, neste tipo de mercados, continuou, "é preciso tempo para conhecer bem a realidade e para desenvolver o negócio", até porque a China "é um país caro para atuar".
"Há que compreender e perceber bem o que é que aquele mercado quer e é necessário ultrapassar questões aduaneiras mais complexas. Ainda estamos num processo de aprendizagem em relação à exportação para a China, mas esse é um trabalho que os produtores têm feito, com êxito, e há cada vez mais interessados", afiançou.
Com a Europa numa fase de "grande retração do consumo", a presidente da CVRA considerou normal que os produtores "apontem" mais longe e tentem exportar para países asiáticos, indicando que a China tem "um grande potencial de crescimento".
"A China é um grande mercado, a sua população está a tomar mais contacto com o vinho e o poder de compra, sobretudo nos meios urbanos, é elevado. Por isso, é um país interessante e um mercado onde é fácil crescer", disse.
E, para concretizar essa aposta, os produtores nem sequer estão já dependentes de Macau como "porta de entrada".
"Inicialmente, foi Macau a 'porta de entrada' para várias empresas, mas, pelo que vejo hoje, o vinho alentejano já se vende na China sem passar por aí, já se foram estabelecendo relações comerciais", salientou.