A constatação consta de um relatório preliminar sobre indicadores-chave a nível social e de emprego hoje publicado como anexo ao "Relatório Anual de Crescimento 2014" apresentado pela "Comissão Barroso", que aponta que "a divergência é claramente visível" nas taxas de desemprego, sobretudo desemprego jovem, e que o "fosso" entre os países periféricos e do sul, como Portugal, e os Estados-membros do centro e norte é particularmente vincada no seio da zona euro, mais que no conjunto da União.
Portugal é um dos "países periféricos" onde é marcante a diferença para a média europeia, com a taxa de desemprego, por exemplo, a ser 6,4 pontos percentuais mais elevada que a média da União Europeia no seu conjunto e 5,3 pontos acima da média da zona euro, sendo esses valores ainda muito superiores no caso específico do desemprego jovem (16,6 pontos acima da média da UE e 16,0 pontos da média dos países da moeda única).
Os cinco indicadores tidos em conta no relatório são a taxa de desemprego, o desemprego jovem, o crescimento real no rendimento disponível por agregado familiar, a taxa de risco de pobreza, e desigualdades a nível de rendimentos.
Segundo o documento, a análise dos cinco indicadores mostra que, desde o início da crise, em 2008, estes, na sua maioria, apontam para "uma divergência crescente entre os países periféricos e do sul da UE e os países da Europa do norte e centro", incluindo a nível de taxa de pobreza, "que também cresceu na periferia da zona euro, enquanto se manteve estável no centro".
Apesar de constar do quadro dos indicadores que tem como pontos de referência as médias da UE e da zona euro, Portugal está atualmente excluído de certa forma do exercício do "semestre europeu" de coordenação económica, designadamente no quadro do relatório sobre desequilíbrios macroeconómicos e (posteriores) recomendações específicas por país, já que, na condição de país sob programa de assistência, já está sob uma vigilância reforçada, estando as recomendações e orientações contidas nas revisões do programa negociadas com a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).