Despesa na administração pública aumentou dois mil milhões

De 2011 para 2012, a despesa das administrações públicas aumentou dois mil milhões de euros, numa altura em que o País passava por vários sacrifícios. Os números foram desvendados por Luís Valadares Tavares, em comentário na TVI24, ao lado de Medina Carreira.

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Notícias Ao Minuto
18/11/2013 22:44 ‧ 18/11/2013 por Notícias Ao Minuto

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O convidado desta semana no programa ‘Olhos nos Olhos’ da TVI24, Luís Valadares Tavares, constatou, tendo por base dados do Ministério das Finanças, que em 2012 o Estado gastou “mais dois mil milhões de euros” do que no ano anterior, em grande parte na “aquisição de bens e serviços, como informática, automóveis, viagens, serviços de segurança e limpeza”. Isto “no ano de todos os sacrifícios”, em que “as despesas com pessoal diminuíram”.

Para o aumento da despesa de 13 para 15 mil milhões de euros contribuíram, principalmente, os serviços e fundos autónomos. Segundo o professor do Instituto Superior Técnico, “o problema está nos institutos e empresas públicas”, porque se trata de uma “administração menos controlada e com maior autonomia”. A pesar menos na balança estão as administrações regional e local e a administração pública directa.

Surpreendido com os resultados das contas públicas, Valadares Tavares questionou: “Perguntando aos portugueses olhos nos olhos, quem é que não consegue poupar 10% nas compras que faz? Como é que o estado comprou mais?”. O mesmo acabou por responder provocatoriamente à questão, garantindo que se tal aumento se tivesse evitado, “o défice podia ter sido reduzido”.

Olhando para a Irlanda como um bom exemplo, o professor afirmou que aquele país “tem um departamento de gestão da despesa pública e da reforma do estado”, que “mês a mês vai controlando e gerindo a despesa”, algo que também deveria acontecer em Portugal, onde “a direcção-geral do orçamento é diferente de controlar a máquina da despesa”.

Valadares Tavares acrescentou, ainda, que os países anglo-saxónicos e nórdicos têm dois organismos – um para controlar a receita e outro para controlar a despesa- e que nesta segunda dimensão [controlo da despesa] Portugal é deficitário”.

Na perspectiva de Medina Carreira, também comentador no programa, é necessário que os gastos sejam muito bem justificados e é preciso haver uma maior fiscalização. “Em Portugal, temos a mania de explicar coisas que por muita explicação que se dê não se entendem, como orçamentar obras por cem e gastar 400”, insurgiu-se o jurista, que considera que “no Euro 2004, em que se construíram 10 estádios em Portugal, não houve gente com cabeça que mandasse”.

“É com muitas dessas que hoje falimos e temos muitos pensionistas e muitas pessoas a protestar. Se fosse hoje, não sei se o povo aprovaria”, concluiu o comentador da TVI24. 

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