Depois de concluídas as 8ª e 9ª avaliações da troika, o Governo, pela voz do vice-primeiro-ministro Paulo Portas, prometeu que no próximo ano seria de evitar um novo aumento de impostos “com incidência geral sobre a sociedade”, particularmente a classe média, optando pelas “pequenas e médias poupanças”.
Acontece que, destaca o relatório da Comissão Europeia a essas avaliações ao programa de ajustamento, ontem (quinta-feira) divulgado, 2014 vai trazer mais impostos, taxas e contribuições que, no total, vão representar um encaixe de 600 milhões de euros para os cofres do Estado, o equivalente a 0,4% do PIB, refere hoje o jornal i.
Neste ‘grande bolo’ encontramos, salienta Bruxelas, o aumento da taxação autónoma aos carros de serviço; o alargamento e subida dos impostos sobre o tabaco e bebidas alcoólicas; sobretaxa do Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos a gasóleo; redução e eliminação de isenções fiscais para imóveis detidos por fundos; agravamento da contribuição especial sobre a Banca; taxas e comissões sobre o jogo online; aumento das contribuições para a Segurança Social.
Acresce a este vasto leque de ‘austeridade’ a contribuição extraordinária sobre o sector energético que renderá cerca de 100 milhões de euros, refere o jornal i.
É deste modo possível concluir que a maioria destas medidas recai sobre as empresas e agentes económicos mas, consequentemente, terão reflexo na sociedade. Pelo que, o “enorme aumento de impostos” prometido pelo ex-ministro das Vítor Gaspar para 2013 vai arrastar-se para o próximo ano.