Nos últimos quatro anos, o peso das medidas de austeridade alcançou os 61 mil milhões de euros. Desses, oito em cada dez euros saíram dos bolsos das famílias, as mais lesadas com a crise financeira que se instalou no País.
As contas são do Jornal de Negócios e revelam que nos últimos dois Governos, Portugal assistiu a 71 novas medidas de austeridade, grande parte delas referente a cortes em salários e pensões, aumento de impostos e agravamento de IRS.
O objectivo foi e será sempre o mesmo: estimativas de poupança e aumento de receitas do Estado. E tudo começou com o governo de José Sócrates que, em 2011, implementou uma redução dos benefícios fiscais e dos tectos das deduções de IRS (o que iria permitir uma poupança estimada em 700 milhões de euros).
Já com Pedro Passos Coelho no poder, as famílias viram escapar quase mil milhões de euros com o ‘imposto de Natal’, revela o Jornal de Negócios. Seguiu-se uma redução de benefícios, deduções, convergência entre salários e pensões e a aplicação de uma sobretaxa de solidariedade.
O desemprego é outra das formas de pagamento da austeridade por parte das famílias: nos últimos quatro anos, a taxa de pessoas desempregadas cresceu 5,7%, estimando o Instituto Nacional de Estatística (INE) que em 2014 atinja os 17,7%.