Em crise profunda, a PSA (Peugeot/Citroën) está a ser alvo de um processo de reestruturação e vai suprimir 10 mil postos de trabalho. Mas nem isso impedirá o actual presidente, Philippe Varin, de usufruir de uma reforma de 21 milhões de euros, quando for substituído pelo Carlos Tavares.
Este é o montante que consta do contrato do actual dirigente de 61 anos, que somará à reforma privada complementar (a receber ao longo de 20 anos) uma pensão oficial de reformado.
O valor “injusto” e “escandaloso” está a causar revolta em grande parte dos trabalhadores PSA (Peugeot/Citroën), que colocam agora esperança na nova presidência que deverá ser assumida pelo gestor português, Carlos Tavares.
"Esperamos que Carlos Tavares seja melhor do que o actual presidente, mas não temos grande confiança nesta direcção, porque ela pediu-nos esforços, assinámos um contrato social no qual aceitámos cortes e mudanças que nos prejudicam. Mas agora, quando sabemos que Philippe Varin, o presidente que está de saída, vai receber uma reforma de 21 milhões de euros, achamos que é um escândalo, que é muito injusto!”, explicou ao Expresso o operário e delegado sindical da central Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).
Durante os quatro anos em que esteve à frente do grupo, o empresário francês recebeu 1,3 milhões de euros anuais como salário de base, além de prémios e remunerações excepcionais que atingem mais de três milhões de euros.