Portugal vai pedir hoje mais três anos para pagar parte da dívida
Portugal realiza hoje uma operação de troca de dívida para aliviar as obrigações que tem de amortizar em 2014 e 2015, os dois anos mais pesados do calendário, afastando para 2017 e 2018 parte do seu pagamento.
© Reuters
Economia Troika
A operação, que é realizada hoje pelo IGCP -- Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, consiste na recompra antecipada de parte da dívida das Obrigações do Tesouro que vencem em junho de 2014 (onde atualmente Portugal tem um total de 5.695 milhões de euros para amortizar), em outubro de 2014 (onde tem uma dívida de 7.780 milhões de euros) e em outubro de 2015 (com 13.406 milhões de euros).
A dívida que for recomprada nestas três linhas, será emitida de seguida para ser incluída nas linhas de Obrigações do Tesouro já existentes, que vencem em outubro de 2017 e em junho de 2018.
Em 2014 e 2015 é onde está atualmente concentrado o maior volume de dívida a médio e longo prazo que terá de ser amortizada pelo Estado português, sendo os únicos dois anos onde este tipo de dívida supera mesmo os 10 mil milhões de euros.
No próximo ano, Portugal teria de amortizar 13.475 milhões de euros, distribuído em duas linhas de obrigações (uma em junho e a outra em outubro).
Já em 2015, o valor a amortizar é de 13.406 milhões de euros e está concentrado numa única linha de obrigações, que vence em outubro.
As linhas foram originalmente emitidas em 2003 (caso da primeira obrigação que vence em junho do próximo ano), 2009 (no caso da que vence em outubro do próximo ano) e em 2005 (obrigação que vence em outubro de 2015).
Estas obrigações não tinham, no entanto, este valor originalmente, sendo alvo de incrementos normais ao longo dos anos, com leilões de dívida que colocaram dívidas nestas linhas, e também podem ter sido alvo de recompras parciais, normalmente realizadas com valores residuais face ao montante total de dívida que existe nesta altura para amortizar.
Na prática, trata-se de estender o prazo da dívida que se teria de pagar nos próximos dois anos, ficando o Estado com mais três anos para a amortizar.
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