Especialista fala em riscos no sistema actual de pensões

O especialista em pensões Jorge Bravo considerou hoje que "é arriscado" deixar que o rendimento da reforma dependa de uma única fonte, sublinhando que existem riscos económicos e demográficos "substanciais" para o actual sistema.

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Lusa
03/12/2013 16:24 ‧ 03/12/2013 por Lusa

Economia

Jorge Bravo

"É difícil que o sistema consiga cumprir com as promessas de pagamento da pensão" se se concretizarem determinados riscos, destacou o economista, à margem da apresentação do portal aminhapensão.pt, uma iniciativa do Instituto BBVA de Pensões que foi hoje apresentada.

Jorge Bravo apontou várias ameaças que podem pesar às gerações atuais no futuro como os baixos salários, o desemprego elevado, o fraco crescimento económico e as condições demográficas negativas, sublinhando que Portugal se confronta atualmente com "uma situação muito negativa" neste domínio, com uma taxa de fertilidade muito baixa que vai conduzir a um envelhecimento gradual da população.

"É natural que neste contexto os riscos sejam substanciais", assinalou, afirmando que "é arriscado deixar que todo o rendimento na reforma dependa de uma única fonte" como acontece com a "esmagadora maioria dos cidadãos portugueses" que recebem a pensão através do sistema público.

Salvaguardando que o que está em causa não é o facto de se tratar de uma fonte de rendimento pública ou privada, o também investigador da Universidade de Évora considerou "normal" que haja incertezas quando ao futuro.

"É normal que haja essa incerteza. Sempre existiu no passado, vai continuar a existir no futuro e aumenta quando é necessário implementar reformas com alguma frequência, o que é um sintoma de que o sistema tem dificuldades", justificou.

Jorge Bravo lembrou que o sistema de pensões público "não tem reserva financeira", já que as contribuições dos trabalhadores ativos são canalizadas imediatamente para pagar as pensões dos reformados, e salientou a importância de diversificar as fontes de rendimento como acontece em países nos quais a reforma resulta da soma de vários componentes: uma pensão pública, normalmente financiada com base num sistema de repartição, associada a sistemas complementares de base coletiva criados pelas empresas ou individuais.

"Quando colocamos os ovos todos no mesmo cesto, corremos o risco de um dia o cesto entornar e depois não temos alternativa", comentou.

O portal aminhapensao.pt tem como objetivo promover o conhecimento e a planificação da reforma, disponibilizando estudos independentes sobre o sistema de pensões, informações sobre a Segurança Social e simuladores para calcular o valor da futura pensão.

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