"O objetivo neste momento é fundamentalmente comunicar o progresso extraordinário que Portugal tem feito no programa de ajustamento. Vamos terminar este resgate e concluir este programa em junho de 2014 e dar nota do interesse que pode ter para diferentes tipos de investidores considerarem Portugal como um espaço privilegiado para o investimento, não só na Europa, mas também como uma porta de entrada em muitos países africanos", afirmou Pires de Lima, em declarações à Lusa, domingo à noite, em Nova Iorque, a primeira etapa da missão aos Estados Unidos, que também vai incluir as cidades de Washington e de São Francisco (Califórnia).
"Portugal está a ganhar competitividade, está crescentemente a posicionar-se como um centro de negócios privilegiado, (...) isso é reconhecido em diferentes indicadores que vamos conhecendo, alguns deles até de entidades, instituições americanas, como foi o caso da Forbes [revista norte-americana] que ainda na semana passada considerou Portugal como o 20.º melhor país do mundo para atividades empresariais", reforçou.
No sentido de "despertar [o interesse] do capital americano", a maior economia mundial que conta com cerca de 320 milhões de consumidores, António Pires de Lima acredita que a recente operação de troca de dívida e o processo de privatização dos Correios de Portugal (CTT) podem ser "argumentos muito fortes".
"O sucesso que tivemos na privatização dos CTT, onde houve investimento importante de capitais americanos, o facto de nos mercados de dívida ter sido bem-sucedida esta troca de dívida, esta permuta de dívida que fizemos recentemente, e todos os indicadores internacionais que têm vindo a posicionar crescentemente Portugal como um local atrativo para investir são argumentos de peso nesta viagem que vamos fazer de costa a costa", reforçou o governante.
Esta missão aos Estados Unidos é a quarta etapa do 'roadshow' de promoção de investimento em Portugal que o Ministério da Economia está a desenvolver junto dos seus principais parceiros económicos. As anteriores etapas passaram por Londres, Berlim e Moscovo.
"Para que Portugal possa ser alvo do interesse de investidores internacionais é preciso dar-se a conhecer, é preciso que façamos este esforço de comunicar aquilo que estamos a fazer bem em Portugal e a forma como alguns setores da nossa atividade, nomeadamente nas atividades mais ligadas à exportação, estão a ter uma evolução sistemática, continuada, persistente e de grande sucesso em todo o mundo", referiu.
Para tal, segundo Pires de Lima, será mantida durante a missão em território norte-americano, que se prolonga até sexta-feira, "uma agenda muito intensa de contactos com empresas de capital de risco, com investidores institucionais e também com a comunicação social".
Sobre a passagem pela costa oeste dos Estados Unidos (São Francisco e Califórnia), o ministro salientou que o Governo português "está muito interessado em manter contactos muitos estreitos com empresas de base tecnológica forte", recordando que já existem empresas norte-americanas com centros de negócios muito importantes em Portugal.
O secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, e o presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Pedro Reis, integram também a comitiva liderada pelo ministro da Economia.
Os Estados Unidos são atualmente o sexto cliente de Portugal e as exportações até final de setembro representaram 2,3 mil milhões de euros, sendo a seguir a Angola o segundo país extracomunitário para onde Lisboa mais vende.