União bancária "não é remédio" para estabilizar zona euro

O presidente do banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou hoje que a união bancária "não é o remédio" para eliminar a fragmentação no mercado financeiro e estabilizar plenamente a zona euro.

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Lusa
12/12/2013 10:48 ‧ 12/12/2013 por Lusa

Economia

Mario Draghi

"A união bancária não é a panaceia para eliminar a fragmentação no mercado financeiro e estabilizar completamente a zona euro. É uma condição necessária, mas não suficiente para romper o vínculo entre a dívida soberana e a banca e para restaurar um crescimento económico sustentável", sublinhou Draghi durante um debate perante o plenário do Parlamento Europeu.

Na opinião de Draghi, os bancos e as empresas do sul só poderão emprestar com as mesmas condições que as entidades do norte da Europa se se aplicarem "conjuntamente outras medidas".

O presidente do BCE indicou isto não só inclui uma continuada consolidação orçamental e a adoção de reformas estruturais, como também avanços nas "outras uniões", designadamente a política, económica e fiscal na zona euro.

"Só então poderemos dizer que criámos uma verdadeira união monetária e económica", sustentou Draghi.

Draghi fez um resumo perante o hemiciclo do PE das medidas levadas a cabo pelo BCE no último ano para controlar a inflação, o principal mandato do BCE, e para ajudar a economia real e em especial as PME.

"As PME são a espinha dorsal da economia da zona euro", sublinhou Draghi, que assegurou que a autoridade monetária europeia "tomou medidas para aliviar a situação das PME [Pequenas e Médias Empresas], em especial para melhorar as possibilidades de financiamento destas".

A propósito das PME, o vice-presidente da Comissão Europeia (CE) e comissário para os Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, pediu ajuda ao BCE para pressionar os Estados-membros para que tomem mais medidas para que as PME tenham acesso ao crédito.

"Parece-me que não serão muito corajosas as decisões que vão tomar os chefes de Estado e de governo na cimeira da semana que vem neste sentido", sublinhou o comissário finlandês.

"O Banco Europeu de Investimentos (BEI) deveria considerar ampliar a dotação para ajudar as PME e isto requer a aprovação dos Estados", sublinhou Rehn, que afirmou estar "seguro" de que Draghi "fará todo o possível para convencer os líderes europeus sobre a necessidade de melhorar os mecanismos de transmissão da política monetária".

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